Todo motociclista de longa data tem uma história de acidente para contar e às vezes uma ou outra marca no corpo. Cuidado nunca é demais, as dicas de pilotagem defensiva são sempre válidas, mas quando elas falham o melhor é contar com bons equipamentos de proteção. Para uma proteção dos pés à cabeça, descreveremos aqui alguns acessórios essenciais para todos que usam as motocicletas tanto como hobby quanto como estilo de vida.
Capacete
A importância do uso do capacete para o motociclista é tão significativa que jamais se deve rodar sem ele. Inclusive o garupa deve usá-lo sempre. Não use apenas porque é obrigatório por lei e se pode tomar multa, mas porque ele pode fazer a diferença entre sobreviver ou não em caso de acidente. Portanto, Ao escolher um capacete, preze sempre pela resistência e pelo conforto. O mais importante é vesti-lo e se certificar de que está justo na cabeça: cascos folgados podem sair voando em uma colisão. Seu objetivo é proteger a cabeça do piloto, absorvendo os impactos. Por isso, em uma batida mais forte, não é raro o capacete rachar, não por má qualidade, mas sim por que cumpriu sua função. Substitua o capacete após forte impacto. O ideal é escolher modelos mais claros – esquentam menos e são mais visíveis – com viseira ampla, que proporcione boa área de visão lateral. A maioria traz ventilação frontal e traseira. Caso o capacete não tenha viseira transparente, deverá usar óculos de proteção apropriado para motociclistas.
Óculos
Se houver necessidade, o capacete deve permitir usar confortavelmente óculos, quer sejam “de sol” ou “de grau”. Coloque-os por dentro do capacete, de forma que as hastes não fiquem pressionando as orelhas e causando incômodo. Os óculos de sol são ótimos para preservar os olhos da incidência direta da luz solar e imprescindíveis para quem tem problema de fotofobia (aversão à luz). Igualmente importante, para quem tiver recomendação médica, é usar os “de grau”. Lembre-se: a visão é o sentido que permite captar até noventa por cento das informações necessárias para pilotar. Atualmente existem no mercado capacetes que já vêm com uma segunda viseira, fume, os quais dispensam o uso de óculos escuros. São capacetes bem práticos, já que não é necessário, durante a viagem, ficar parando para colocar ou retirar os óculos escuros. O acionamento da viseira fume fica por conta de um botão na parte externa do capacete. Lembre-se: veja e seja visto.
Jaquetas
Todo motociclista que se preocupa comsua segurança deve possuir uma boa jaqueta. Ela é muito importante em caso de quedas. Embora nunca se espere cair, deve-se estar sempre preparado. Ela ajuda bastante a evitar ou pelo menos diminuir as consequências. As jaquetas de cores claras e vivas são as que permitem melhor visualização do piloto.
Independentemente do tipo, a jaqueta deve ficar firme no corpo, evitando o “efeito balão”, quando a jaqueta fica inflada pelo vento. As mangas não podem ficar “vibrando” com o vento pois isto incomoda bastante. As mais sofisticadas possuem ajustes nos braços e cintura, para deixá-las bem justas no corpo, mas sem impedir a liberdade de movimentos necessários a pilotagem.
Quanto aos modelos, as mais utilizadas são as de couro, que protegem bem do frio, vento e abrasão do asfalto, têm longa vida útil e preço razoável. São maleáveis, mas não impermeáveis, e esquentam bastante.
Existem no mercado vários tipos de jaquetas especiais para motociclistas, feitas em cordura (material bastante resistente) e dotadas de membrana impermeável e proteções, além de permitirem a transpiração (ao contrário de alguns abrigos impermeáveis que deixam o motociclista encharcado de suor). Uma boa jaqueta, seja de cordura ou couro, tem de ter uma “armadura” no mínimo nos cotovelos e ombros e idealmente nas costas também.
O inconveniente destes tipos de jaquetas é a dificuldade de usá-las no verão, já que elas retêm bastante o calor. Se a região onde você mora for muito quente, uma solução paliativa, apenas para rodar na cidade, seria usar uma jaqueta jeans, que não esquenta tanto e protege de alguma forma das escoriações, mas não dos impactos. O importante, neste caso, é não deixar o corpo totalmente exposto, sem nenhuma proteção. Em viagens, uma boa jaqueta é fundamental, e como o vento ajuda a refrescar, é possível usá-la sem grandes transtornos.
A vantagem do inverno é que o frio é um grande incentivador do uso dos equipamentos completos de segurança, principalmente as jaquetas, casacos e botas.
Calças reforçadas
Numa queda, geralmente as pernas e joelhos são bastante atingidos, portanto, nunca se deve pilotar usando bermuda, calção ou short. O ideal é usar calças de couro ou as especiais de cordura, especialmente confeccionadas para motociclistas. Até certo tempo atrás só havia as importadas (que são bastante caras). Agora já é possível encontrar modelos nacionais a preços bem mais acessíveis. Elas são impermeáveis e possuem tecidos e costuras reforçadas, além de proteções nos joelhos e material especial na região das nádegas para absorver impacto. As calças de couro também são bastante resistentes, porém, não possuem as proteções nos joelhos. Se a temperatura for muita alta, de forma que torne insuportáveis os tipos citados, então se deve usar pelo menos calça jeans.
Calçado adequado
Sem nenhuma dúvida, o calçado ideal para o motociclista são as botas. São o calçado que mais protege em caso de quedas. As botas mais sofisticadas são as que oferecem o maior nível de proteção, sendo inclusive impermeáveis. Visto que uma das partes mais vulneráveis – e atingidas em quedas – são os pés e calcanhares, não pilote desprotegido. Nunca se deve pilotar descalço, de sandálias, chinelos ou sapatos abertos. Caso você não queira ou não possa usar botas no dia a dia, então use tênis ou sapato de cadarço. Os do tipo sem cadarço não ficam totalmente firmes nos pés e em caso de acidente soltam-se facilmente, deixando-os totalmente expostos e desprotegidos. Além de ter cadarço, prefira os sapatos mais “robustos” aos muito moles e frágeis. Evite também os calçados escorregadios.
Luvas
São importantes porque protegem do frio, da chuva, de pedriscos, etc., as mãos, que durante a queda geralmente são as primeiras partes do corpo a tocar o solo na tentativa do motociclista de se proteger. Por isso, deve-se usar luvas sempre. Elas agem como uma “segunda pele”, evitando estragos maiores. Podem ser feitas de nylon, lycra, poliéster, kevlar, cordura, couro, carbono, etc. Em todos os modelos, procura-se conjugar o maior conforto possível, o índice de tato nos comandos da moto, e a proteção otimizada contra os efeitos abrasivos do asfalto e o choque. As voltadas à pilotagem esportiva são repletas de proteções e as mais seguras. As mais populares são as de couro. Existem luvas que são impermeáveis.
Aqui também existe o problema que faz com que muitos motociclistas não as utilizem: o calor. Se na região onde você mora o clima é muito quente, uma solução paliativa, apenas para rodar na cidade, é usar as luvas do tipo “off-road”. Elas são macias, leves, “furadinhas” e não esquentam sob o calor. É a melhor alternativa para se usar no dia a dia sob o calor.
Já para viagens, é recomendável usar uma luva “mais robusta”. Na hora de escolher as luvas, um detalhe importante é que elas sejam bastante maleáveis e que não provoquem (grande) perda de sensibilidade nas mãos. Luvas “duras” ou muito grossas dificultam a pilotagem, aumentam o tempo de reação aos comandos (principalmente freios e buzina) e comprometem a segurança. Sofrer um acidente e cair num abrasivo asfalto sem portar luvas fatalmente ocasionará um “grande estrago” nas mãos. Quem pilota defensivamente está sempre preparado.
Roupa impermeável
Invista em um conjunto de roupa para chuva, exceto àqueles que possuem jaqueta e calça impermeáveis. Essencial em viagens e recomendável ter um conjunto de roupa impermeável disponível no dia a dia. Procure carregá-lo sempre com você. Existem basicamente dois tipos: os inteiriços e os que se compõem de duas peças (jaqueta e calça). Escolha um modelo que não seja muito volumoso para não ocupar muito espaço no transporte. O melhor local para transportá-lo é no bauleto ou nos alforges. Um detalhe importante na escolha do modelo é verificar se é possível colocá-lo rapidamente (sem precisar retirar os sapatos ou botas), uma vez que, muitas vezes, a chuva surge de repente e não se tem muito tempo para colocá-lo. Aumente sua vida útil sem guardá-lo molhado. Verifique também se o conjunto possui faixas refletivas na frente, costas e braços, de forma que facilita sua visibilidade por outros motoristas e evite acidentes.
Macacão
O macacão normalmente é usado por pilotos de motovelocidade e por motociclistas que possuem as velozes motos esportivas. Em conjunto com o capacete, botas e luvas, constitui a vestimenta de mais alto nível de proteção ao piloto.
Protetores de coluna
Também utilizados geralmente por pilotos de motos esportivas, são acessórios especialmente projetados para proteger a coluna do motociclista em caso de acidentes. Muitas jaquetas já possuem embutida a proteção para as costas. Porém, as proteções “independentes” são bem mais robustas e seguras.
Colete inflável
Foi lançado no mercado há algum tempo, mas ainda não se popularizaram.
Trata-se de um colete que infla a partir de um gás armazenado em um pequeno cilindro preso ao colete. No momento do acidente, quando o piloto é jogado “para fora” da moto, o gás é liberado e o colete infla. O objetivo desses equipamentos é amortecer o impacto do corpo do piloto no momento da queda, diminuindo, portanto, as consequências do acidente. É a tecnologia a serviço da segurança.