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Investidores pressionam Harley-Davidson a abandonar motos elétricas

Harley-Davidson

Investidores da Harley-Davidson pressionam a marca a abandonar a LiveWire e voltar às raízes. Entenda o conflito estratégico que pode redefinir o futuro da fabricante.

Uma batalha pelo futuro da Harley-Davidson

A Harley-Davidson, ícone do motociclismo americano, está no centro de uma disputa interna que vai muito além de simples decisões corporativas. O conflito gira em torno da continuidade de sua divisão de motos elétricas, a LiveWire, frente à pressão de acionistas influentes que exigem uma guinada de volta ao passado da marca — com motos cromadas, motores V-Twin e o “espírito Easy Rider”.

A origem da disputa

Certamente, a H Partners Management, gestora de investimentos que até recentemente ocupava um assento no conselho da Harley-Davidson, iniciou um movimento de protesto após não conseguir influenciar a escolha do novo CEO da companhia. Mas, com a recente saída de Jochen Zeitz, que liderou a reestruturação da marca com foco no plano Hardwire e na expansão elétrica, a tensão aumentou. Agora, a H Partners une forças com outro investidor: Purple Chip Capital, que detém cerca de 1% das ações da fabricante.

Esses grupos exigem:

  • A demissão imediata de três membros do conselho, incluindo Zeitz.
  • O encerramento definitivo das operações da LiveWire.
  • O retorno a modelos clássicos, como a Sportster 883, com ênfase em cromados, aço e couro.

A crítica à LiveWire

O argumento dos investidores é direto: a LiveWire representa uma “ruptura equivocada” com os valores históricos da marca. Segundo eles, os clientes tradicionais da Harley-Davidson não desejam motos elétricas silenciosas e modernas, mas sim máquinas com alma, barulho e torque visceral.

Entretanto, essa visão colide com as tendências globais da indústria. A eletrificação é inevitável — especialmente em mercados como Europa e China, que estão acelerando legislações contra veículos a combustão. Além disso, grandes concorrentes como BMW, Triumph e Honda já possuem projetos elétricos em andamento.

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Comparativo técnico: LiveWire One vs Zero SR/F

Para entender o real posicionamento da Harley-Davidson no segmento de motos elétricas, vale comparar seu principal produto, a LiveWire One, com a Zero SR/F, da californiana Zero Motorcycles, considerada uma das referências do setor:

Especificação TécnicaHarley-Davidson LiveWire OneZero SR/F Premium
MotorizaçãoElétrica (Revelation™)Elétrica (ZF75-10)
Potência Máxima105 cv110 cv
Torque117 Nm190 Nm
Aceleração 0-100 km/h3,0 s3,5 s
Autonomia Urbana235 km259 km
Autonomia em rodovia (120 km/h)113 km160 km
Tempo de recarga rápida (DC Fast Charge)0-100% em 60 min0-95% em 60 min
Peso255 kg227 kg
Preço nos EUA (estimado)US$ 22.799US$ 23.795
Conectividade e AppSimSim

Análise comparativa

A LiveWire One apresenta desempenho compatível com os líderes do segmento e traz a expertise da Harley-Davidson em design, acabamento e posicionamento de marca. Embora o preço seja elevado, ele acompanha o nível de tecnologia embarcada e o mercado-alvo premium.

A Zero SR/F, por sua vez, é levemente superior em torque e autonomia, mas apresenta uma proposta mais voltada à performance urbana esportiva, com menos apelo “emocional” — algo que a Harley domina há décadas.

O dilema: tradição x inovação

A crítica dos investidores à LiveWire não é apenas técnica — é emocional e estratégica. Para eles, a Harley-Davidson deveria “voltar às raízes”, abandonando a inovação para reconquistar um público tradicional que está diminuindo. No entanto, isso ignora realidades do mercado atual:

  • A média de idade dos clientes Harley nos EUA ultrapassa os 50 anos.
  • Motos de entrada, elétricas ou não, são a porta de entrada para novos motociclistas.
  • O segmento de médias cilindradas (300 a 500cc) é o que mais cresce mundialmente.
  • Montadoras como Royal Enfield e Triumph já capturam esse público com motos acessíveis, modernas e com pegada clássica.

Retomar a Sportster 883, como sugerido, não resolveria o problema de acesso financeiro ou da falta de inovação. O modelo já foi descontinuado por não atender aos requisitos modernos de emissões e segurança.

Harley-Davidson

O futuro da LiveWire

Embora o plano Hardwire não tenha gerado resultados explosivos de curto prazo, a criação da LiveWire como uma marca independente visava justamente reduzir os riscos reputacionais à Harley-Davidson enquanto explorava o futuro do motociclismo. Contudo, a empresa precisa de tempo e investimento para consolidar essa aposta.

Encerrar a LiveWire agora seria abdicar de um setor que tende a ser dominante nas próximas décadas. Além disso, perderia a chance de se conectar com um público mais jovem, urbano, sustentável e digital.

Conclusão Harley-Davidson

Em resumo, a Harley-Davidson está em uma encruzilhada estratégica. Por um lado, enfrenta a pressão de investidores que enxergam o passado como o único caminho possível. Por outro, existe a necessidade clara de renovação para garantir relevância nos próximos 50 anos.

O dilema não é técnico, é existencial: ser uma marca de passado ou de futuro?


FAQ – Perguntas Frequentes Harley-Davidson

A Harley-Davidson vai encerrar a produção da LiveWire?
Portanto, ainda não há confirmação oficial. Ou seja, os pedidos dos investidores estão sendo discutidos, mas não significam decisões imediatas.

A LiveWire é um fracasso de vendas?
Mas, as vendas são modestas, mas dentro do esperado para uma marca nova, com ticket alto e em um setor emergente. É mais um projeto de longo prazo do que de retorno imediato.

A Harley ainda vende motos a combustão?
Sim. Por exemplo, modelos como Road Glide, Street Glide, Softail e Pan America continuam sendo produzidos normalmente e representam a maior parte das vendas.

Quais as principais concorrentes da LiveWire?
Mas, as principais rivais são a Zero SR/F, a Energica Eva Ribelle e projetos em desenvolvimento por marcas como BMW, Triumph e Honda.

Por que os investidores estão insatisfeitos?
Por exemplo, eles alegam que a empresa se afastou de sua base tradicional, que os lucros estão abaixo do esperado e que a LiveWire não representa a cultura da marca.


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