As coisas voltaram ao normal na MotoGP. Fabio Quartararo controlou com classe o GP da Holanda e venceu pela quarta vez na temporada. Maverick Viñales reagiu após uma largada ruim e ficou em segundo, com Joan Mir fechando o pódio
O GP da Holanda serviu para recolocar as coisas na ordem na MotoGP neste domingo (27). Depois da surpreendente vitória de Marc Márquez no último fim de semana, na Alemanha, Fabio Quartararo usou a corrida em Assen para reafirmar o favoritismo na temporada 2021 e venceu novamente, ampliando ainda mais a vantagem na liderança do campeonato.
Para vencer em Assen, Quartararo se aproveitou de uma boa largada, quando superou o companheiro Maverick Viñales. Depois, precisou ultrapassar Francesco Bagnaia e aí disparou na frente do pelotão para conquistar a quarta vitória no ano.
Saiba como foi o GP da Holanda de MotoGP:
O céu de Drenthe estava carregado de nuvens, mas não parecia que ia chover. Quando a MotoGP foi para o grid de Assen, os termômetros mediam 23°C, com o asfalto chegando a 33°C. A umidade relativa do ar tinha baixado em relação à manhã, chegando em 68%. A velocidade do vento tinha subido em comparação com os treinos e estava em 13 km/h.
Em termos de escolha de pneus, o pelotão quase todo optou por médios dianteiros, com exceção de Maverick Viñales, que calçou a frente da YZR-M1 com um macio. Para a traseira, a maioria escolheu uma das duas versões de pneu duro, com Viñales, Iker Lecuona, Takaaki Nakagami, Lorenzo Savadori e Jorge Martín optando pelo médio, enquanto Pol Espargaró, Álex e Marc Márquez foram com o macio.
Quando as luzes se apagaram na reta de Assen, Quartararo tomou a ponta, com Bagnaia, Nakagami e Rins passando Viñales, que caiu para quinto depois de um toque com o companheiro de equipe. O espanhol da Yamaha logo atacou Álex e subiu para quarto.
Ainda no início da disputa, Bagnaia atacou Quartararo e, depois de alguma resistência do francês, que também era pressionado por Nakagami, ficou com a liderança.
Na volta 2, Rins escreveu mais um capítulo de uma temporada pavorosa e despencou para último depois de escapar da pista na curva 10 após um toque com Johann Zarco.
Perseguindo Bagnaia, Quartararo registrou a melhor volta da corrida e colou no italiano, que conseguiu afastar o rival, ainda que ligeiramente. Nakagami vinha em terceiro, não tão longe, à frente de Viñales e Zarco. Os cinco primeiros estavam cobertos por 1s.
No fim da volta 5, Quartararo passou Bagnaia pela liderança na Geert Timmer Bocht, mas o troco do italiano foi imediato. Apesar da briga, Nakagami não chegou, mas tampouco foi atacado por Maverick Viñales, que ia se afastando e não tinha Zarco assim tão longe.
Johann, aliás, passou a sofrer a pressão de Mir, que passou, mas levou o troco de imediato.
Enquanto isso, Quartararo tomou a liderança de Bagnaia aproveitando a velocidade da Yamaha na curva 11. Com uma Desmosedici um tantinho instável, Pecco não só não teve como devolver, como ainda viu o líder do Mundial abrir cerca de 0s5 de vantagem de imediato.
Fabio, então, tratou de imprimir o ritmo forte que mostrou no sábado e abriu um caminhão de vantagem. Na volta 9, ‘El Diablo’ já tinha 1s822 de margem para Pecco.
Por outro lado, Valentino Rossi encerrou a corrida mais cedo. O italiano caiu na curva 7 e precisou abandonar o GP da Holanda. O #46 tinha largado em 12º, mas teve uma primeira volta ruim e despencou para o fundo do pelotão, de onde tentava se recuperar.
Sem conseguir acompanhar o passo de Quartararo, Bagnaia passou a ser pressionado por Nakagami, que não conseguiu ultrapassar. Quarto, Viñales vinha por perto, seguido por Zarco e Mir.
Na volta 11, Nakagami fez uma bela ultrapassagem e tomou o segundo posto de Pecco, que tinha sido alertado a respeitar os limites da pista. A falta de ritmo da Ducati era clara, mas a potência do motor facilitou a devolutiva do italiano, que recuperou a segunda colocação.
Restando 14 voltas para o fim da corrida, Quartararo já vinha 3s1 de vantagem para Bagnaia, que não conseguia se livrar da pressão de Nakagami. Aliás, o japonês chegou a passar outra vez, mas a resposta foi quase que imediata de novo. Viñales vinha até pertinho, mas sem efetivamente atacar.
Pouco depois, porém, a direção de prova facilitou a vida do piloto da LCR ao aplicar uma punição da volta longa a Bagnaia, que tinha voltado a ultrapassar os limites da pista após receber uma advertência.
Antes de cumprir, porém, Viñales passou Nakagami, com Zarco seguindo o espanhol. Quando Pecco foi para o castigo, Maverick assumiu o segundo posto, já 4s atrás do companheiro de Yamaha.
Logo depois, Jack Miller caiu na curva 5 e acabou abandonando a corrida, mas conseguiu voltar para a corrida, ainda que no fundo do pelotão.
Assim, Quartararo liderava, seguido por Viñales, Zarco, Mir, Oliveira, Aleix Espargaró, Bagnaia, Marc Márquez, Nakagami e Pol Espargaró.
Bagnaia conseguiu passar Aleix Espargaró para assumir o sexto posto, com o catalão atacado por Marc Márquez pouco depois. O hexacampeão da MotoGP até conseguiu passar, mas levou o troco de imediato.
Sem Bagnaia e Nakagami pela frente, Viñales passou a exibir o melhor ritmo, registrando uma sequência de boas voltas. Assim, a diferença para Fabio começou a cair. Com oito voltas para o fim, os dois estavam separados por 3s342.
Depois de cair e voltar, Miller foi sinalizado de que tinha um problema mecânico e deveria abandonar. Sem demora, o australiano entrou nos boxes da Ducati.
Enquanto isso, Mir tratou de passar Zarco para assumir a última posição dos boxes, já quase 2s atrás de Viñales, que tinha parado de se aproximar de Fabio.
Neste mesmo ponto da corrida, Iker Lecuona perdeu a frente da KTM na chicane Geert Timmer Bocht e caiu, com a moto ficando no meio da pista. Enea Bastianini precisou desviar e os fiscais logo apareceram para recolher o protótipo da Tech3.
Com cinco voltas para o fim, a diferença entre Quartararo e Viñales tinha caído para 3s113, mas Viñales não fazia muito para se aproximar. Mais atrás, Márquez pressionava Bagnaia pela sexta colocação em Assen.
Maverick seguiu trabalhando e foi baixando a margem de Quartararo, que chegou a 2s8 em meados da 23ª volta.
20º no grid, Marc Márquez seguia pressionando Bagnaia. O espanhol, que subiu para 12º ainda na primeira volta, agora tentava conseguir a sexta colocação. Sem conseguir passar, Marc acabou passado por Aleix Espargaró, que se instalou em sétimo.
O mais velho dos Márquez, no entanto, recuperou a posição logo depois e voltou a tentar pressionar Pecco, mas recebeu a bandeirada atrás do italiano.
MotoGP 2021, GP da Holanda, Assen, Corrida:
1 | F QUARTARARO | Yamaha | 26 voltas |
2 | M VIÑALES | Yamaha | +2.757 |
3 | J MIR | Suzuki | +5.760 |
4 | J ZARCO | Pramac Ducati | +6.130 |
5 | M OLIVEIRA | KTM | +8.402 |
6 | F BAGNAIA | Ducati | +10.035 |
7 | M MÁRQUEZ | Honda | +10.110 |
8 | A ESPARGARÓ | Aprilia Gresini | +10.346 |
9 | T NAKAGAMI | LCR Honda | +12.225 |
10 | P ESPARGARÓ | Honda | +18.565 |
11 | A RINS | Suzuki | +21.372 |
12 | B BINDER | KTM | +21.676 |
13 | D PETRUCCI | Tech3 KTM | +27.783 |
14 | A MÁRQUEZ | LCR Honda | +29.772 |
15 | E BASTIANINI | Avintia Ducati | +32.785 |
16 | L SAVADORI | Aprilia Gresini | +37.573 |
17 | G GERLOFF | SRT Yamaha | +53.213 |
18 | L MARINI | Avintia VR46 Ducati | +1:06.791 |
19 | I LECUONA | Tech3 KTM | Abandonou |
20 | J MILLER | Ducati | Abandonou |
21 | J MARTÍN | Pramac Ducati | Abandonou |
22 | V ROSSI | SRT Yamaha | Abandonou |