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The Riders Histories
Histórias

Colete de Moto Clube

O colete é um ícone indelével na cultura das motocicletas. Usados pelos pilotos como um testemunho do estilo de vida com suas motocicletas, os coletes são ao mesmo tempo símbolos de rebelião e individualidade.

Nos primórdios da história da motocicleta, os pilotos usavam suéteres, jaquetas do time do colégio e macacões de garagem como meio de proteção durante os passeios com suas máquinas. Apenas alguns motociclistas mais organizados tinham seus nomes estampados na parte de trás de suas jaquetas. Uma prática que evoluiria em paralelo com os futuros coletes.

A evolução do colete de moto clube pode ser rastreada até a Segunda Guerra Mundial. Os soldados tinham acabado de sair da adolescência, alguns com apenas 18 anos e a guerra foi o primeiro lugar em que estiveram além de sua casa. Os aviadores tendiam a se apegar a coisas que lhes eram familiares e esse senso de identidade era expresso pintando os narizes dos seus aviões e seus incríveis casacos com ícones da cultura pop americana da época.

O vínculo criado por esses homens sob tal pressão foi amalgamado por símbolos e imagens que lhes davam o senso de pertencimento, conforto, poder, proteção e coragem. Imagens que variavam dos familiares personagens de desenhos animados a garotas pin-ups eram pintadas em suas jaquetas, criando uma linguagem visual por conta própria.

Depois da guerra, os veteranos voltaram para casa com a necessidade de aliviar o impacto do estresse que viveram durante o conflito armado e muitos acharam tal alívio nas motocicletas. Essas máquinas eram o veículo adequado para quebrar a monotonia da vida mais tranquila em casa, injetando uma dose de adrenalina e excitação.

Na medida em que as motocicletas se tornavam mais poderosas e mais rápidas, surgia a necessidade de uma proteção mais adequada, de modo que as jaquetas que tinham usado durante a guerra tornaram-se uma visão comum entre os pilotos e os seus moto clubes. Essas jaquetas ofereciam melhor proteção, mas apresentavam o problema de restringir a mobilidade dos braços e ficar muito quente para a maioria das condições de pilotagem, principalmente nos locais mais quentes durante o verão.

Durante a década seguinte, no final dos anos 50, o Mundo viu a propagação dos moto clubes, principalmente nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, uma série de eventos sociais e midiáticos, que alienaram segmentos da comunidade de motociclistas, provocou uma força significativa de rebeldia nesses moto clubes. Todos esses ingredientes foram refletidos em sua visão social, sua cultura e senso de estilo. Foi esta rebelião e a necessidade de funcionalidade que fez com que os motociclistas cortassem as mangas de suas jaquetas, resultando no que hoje é conhecido como “The Cuts”.

The Cuts” evoluiu em paralelo com os estilos e tendências dos tempos, de cortar jaquetas de couro para cortar as mais leves jaquetas jeans.

Nos anos 50, as tendências de moda dos Greasers nos EUA e dos Rockers no Reino Unido transformaram as jaquetas de couro em parte emblemática de seu estilo. Nesta era, o herói do cinema Marlon Brando selou o destino da jaqueta como um emblema do moto clube fora da lei no filme The Wild One (1953), mas os cortes ainda estavam em seu estágio inicial. Os cortes das mangas foram ampliados nos anos 60 e 70 junto com a tradição dos clubes de costurar patchs em seus coletes com os nomes de seus clubes, logotipos e cidades onde eles eram ativos. Estes coletes tornaram-se um cartão de apresentação na cultura da motocicleta, evoluindo para um símbolo sagrado de respeito, exibindo algo não apenas feito, mas pelo conquistado.

Mais tarde, no final dos anos 70, nos anos 80 e parte dos 90, o colete de couro ganhou destaque na evolução dos cortes. Partindo da aparência crua do jeans dos anos 70, o colete de couro tornou-se o símbolo da rebelião dos motociclistas catapultado pela permeabilidade dos estilos de música punk, metal e glam rock. Uma exposição no Fashion Institute of Technology de Nova York (FIT) sobre jaquetas de moto clubes sugeriu que alguns desses grupos eram atraídos pelas qualidades sexuais e fetichistas das roupas de couro. Essa permeabilidade das contraculturas solidificou ainda mais o colete na percepção das comunidades de motociclistas.

Do final dos anos 2000 até hoje tem havido um ressurgimento da cultura vintage. Com isto, mais coletes com jeans crus e estilos dos anos 70 e muitas adaptações aconteceram.

O colete é uma expressão de si mesmo, testemunhando as experiências e aventuras de um motociclista singular; também uma expressão comum de um grupo ligado pelas motocicletas.

O colete de moto clube é, sem dúvida, um dos ícones mais duradouros da história da motocicleta.

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