Desde 2019, as motocicletas vendidas no Brasil têm que ter freios “combinados“, o chamado sistema CBS, ou com ABS, o dispositivo antitravamento. Nas motos com motores com capacidade cúbica igual ou superior a 300 cm³ é o ABS. Nas menores, pode ser qualquer um dos dois. Mas o caro leitor conhece as diferenças entre esses dois sistemas, e como cada um deles funciona? Vamos explicar o funcionamento de cada um deles, para que o sistema de freios seja mais um critério na escolha da sua próxima moto.
O “combinado”
O sistema mais simples é o “combinado“. Nas Honda, chama-se CBS, sigla para Combined Braking System. Nas Yamaha, UBS, de Unified Braking System (sistema de freios unificados). Pura semântica, pois são a mesma coisa. E efetivamente ajudam a parar a moto com eficiência, desde que o piloto saiba usá-los.
Funciona basicamente assim: componentes mecânicos distribuem a força da frenagem nos dois freios, dianteiro e traseiro, mesmo que a força original tenha sido aplicada apenas no traseiro – uma estranha mania de muitos motociclistas, que tentam evitar o uso do freio dianteiro por receio de capotar – uma bobagem…
Então, quando o piloto acionar o freio traseiro, o sistema também vai fazer funcionar o dianteiro. A frenagem acontecerá em espaço menor e sob mais controle do que seria se apenas o freio traseiro fosse acionado. Para extrair o melhor desse sistema, é só frear como manda o figurino: com os dois freios!
O uso do ABS
Os freios com sistema ABS, sigla de Anti-lock Braking System (sistema de freios antitravamento), são mais complexos. Regidos por sensores eletrônicos que “entendem” a iminência do travamento da roda em uma frenagem mais severa, atuadores entram em ação justamente para impedir que isso ocorra. Para isso, aliviam, por conta própria, a pressão no cilindro do freio.
O ABS é capaz de impedir não apenas escorregadas e derrapagens, como também permite o desvio de obstáculos em plena frenagem de emergência.
Ao contrário do “combinado,” o ABS exige algum treinamento por parte do piloto. É importante que o motociclista saiba usar corretamente o sistema para aproveitar o máximo de segurança que pode proporcionar. Ou seja: acionar os dois freios ao mesmo tempo e dividir corretamente a pressão entre ambos.
Algumas poucas motos têm os dois sistemas. Aí, é o paraíso das frenagens!
