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Honda Biz 25 anos: uma história de sucesso

Honda Biz 25 anos, O ano era 1994. O lugar era o HRB – Honda Research Brasil, uma divisão da Honda dedicada a pesquisas sobre as motos destinadas ao mercado brasileiro, que na época ocupava um discreto prédio na Rua das Flechas, na zona sul de São Paulo. Foi ali que alguém pensou “fora da caixinha”.

Olá, amantes da emoção sobre duas rodas do The Riders! 🏍️✨Neste artigo vamos contar toda história da Honda Biz 25 anos de muito sucesso, preparados? Vamos seguir!

Talvez por influência do nome da rua, “Flechas”, tal pensamento acertou um alvo importante. Um não, na verdade muitos, determinando um episódio na história da Honda brasileira que iria mudar os rumos não só do HRB, mas de todo o cenário da motocicleta no Brasil.

Aos fatos: até então este departamento da Honda Brasil se dedicava a tentar entender qual moto os brasileiros gostariam de ter, fazendo pesquisas de opinião e, de vez em quando, sugerindo grafismos, cores, nomes. Mas naquele dia de 1994 – não se sabe qual exatamente – um verdadeiro ato de OUSADIA aconteceu.

A intenção da matriz, no Japão, era a de ampliar a oferta de scooters no Brasil. O Spacy 125 havia sido lançado cerca de um ano antes, mas as vendas não decolavam. A pequena roda dianteira, de 10 polegadas, não estava se entendendo muito bem com o nosso padrão de pavimentação ruim, muitas vezes inexistente.  Para os ousados do HRB, no lugar de scooters, o melhor seria desenvolver uma nova motoneta, inspirada na Honda C100 Dream, que era vendida no Brasil desde o comecinho dos anos 1990, mas modernizada no visual e incorporando um porta-capacete sob o banco.  

Como fazer isso? Mexendo no projeto da Dream, modelo “assinado” por ninguém menos que Soichiro Honda, que em 1958 deu o pontapé inicial para o gigantesco sucesso mundial da empresa. Essa ideia soava como uma heresia, quase como mudar o texto da Bíblia, mexer na letra de Let it be ou colocar os braços do Cristo Redentor para cima.

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Porém, como todos sabemos, loucura e genialidade andam de mãos dadas. E, naquele momento, a tal OUSADIA dos funcionários da Rua das Flechas – encabeçados por Seizo Yano e Luiz Mingione – foi liberada pelo chefe, Shigeaki Hayashi. O projeto teve início, e não sem muitas idas e vindas, questionamentos e dificuldades, mas em pouco mais de três anos fez nascer uma das motos de maior sucesso do Brasil, a Honda C100 Biz.

Neste longo período de 25 anos que separa a primeira Biz até a atual, o modelo virou um patrimônio nacional, espécie de amuleto protetor de todos os motociclistas, homens ou mulheres, que ao guidão da pequena e esperta maquininha ganharam as ruas de todo o grande Brasil.

Do “click” criativo na Rua das Flechas até hoje, a Honda Biz evoluiu, melhorou, ganhou versões, diferentes motorizações, cores e grafismos, mas NUNCA perdeu seu espírito inicial, a genialidade que fez – e faz! – dela uma das motos mais queridas.

Nossa homenagem para a Honda Biz e seus muitos fãs será contar detalhadamente sua história, do primeiro protótipo ao modelo inaugural até chegarmos nas Biz 110i e Biz 125, modelos que preservam todas as qualidades da versão pioneira incorporando o que há de melhor da tecnologia atual. Não perca o próximo capítulo.

A evolução de um projeto inovador

Não sabemos se Michelangelo já enxergava suas esculturas prontas quando olhava um bloco de mármore bruto, mas há quem conte que, no HRB – Honda Research Brasil, alguém “viu” a futura Honda Biz ao ficar um longo tempo agachado, observando uma C100 Dream. Quando esticou as pernas, começou a falar:

“Com uma roda traseira menor, dá para fazer espaço para um capacete sob o banco, mas o tanque tem que mudar de lugar!”  

Mas como mudar de lugar o tanque em um chassi de aço estampado?

“Simples! Mudando o chassi. Em vez de chapa de aço, fazer com tubos.”

Simples?

Já devia ser tarde, apagaram a luz da sala. O cara precisava descansar. Mudar o chassi… Imagina que o Japão vai aprovar isso!

Mas a ideia sobreviveu a noites de sono, ou de insônia, e devagarinho foi contaminando gente. Até que bateu no ouvido do chefe, que, inesperadamente, gostou. Deu ordem para serrar o chassi de uma Dream e modificá-lo da coluna de direção para trás: em vez de chapas, tubos. E, por incrível que possa parecer, o primeiríssimo protótipo do chassi do que viria a ser a futura Honda Biz foi realizado improvisando, com canos de água!

O “chassi de cano” parecia ser viável. Com rodas e motor, a visão tridimensional daquela loucura aparentava ser menos loucura. A coisa podia dar certo, tinha potencial. Aliás, a verdade é que, de cara, aquilo parecia mesmo genial.

Fotos do protótipo, ainda sem carroceria, voaram para o Japão. Técnicos do Japão voaram para o Brasil. O embrião da Biz, um simples esqueleto sem esse sonoro nome, tinha alguma chance de vingar. Mas antes havia muitas etapas a serem cumpridas.

Nenhum fabricante de motos ou do que quer que seja lança nada sem fazer pesquisas. E daí começou o vai e vem Brasil afora para testar o gosto das pessoas. Uma Dream com roda pequena atrás (ou uma scooter com roda grande na frente) agradaria? E se tivesse um porta-capacete?

O ok da matriz da Honda à sequência do projeto encerrava uma grande verdade: a ideia era mesmo genial. O inesperado 前へ行きましょう!” (tradução: Vamos em frente!) do Japão a uma ideia nascida no Brasil era uma quebra de paradigma.

Da fase de protótipo até a entrada de produção, três anos se passaram, um prazo curto para a época, o que demonstrava como o projeto havia nascido bem. A “receita” do chassi de tubos em substituição ao de aço estampado, além de possibilitar a área para o capacete sob o banco, típica das scooters, permitia velocidade de fabricação.

Problemas técnicos ligados ao deslocamento do tanque em direção à rabeta e a substituição da roda traseira de 17 polegadas por uma de 14 foram contornados alterando minimamente o ângulo da coluna de direção e a distância entre os eixos. Quanto ao motor e à transmissão, nada de novidade: tudo foi herdado da Dream, uma garantia de robustez e economia.

Tão estável, resistente e econômica como a Dream, e com um visual bem mais moderno, a novidade nasceu certinha. Mas, para além de suas qualidades técnicas, um detalhe fez grande diferença: o curto e genial nome “Biz”. No próximo capítulo, vamos contar como ele surgiu e como era a primeiríssima versão da C100 Biz de 1998. Não perca!

A escolha perfeita do nome da motocicleta

Batizar motos requer arte, altas doses de criatividade, horas e horas de debates e estudos. Como tudo na vida, pode “colar” ou não! Mas uma coisa é certa: não há uma alma na face da Terra que seja capaz de dizer que o nome “Biz” não tenha sido uma excelente escolha.

Pequeno e simpático, como a própria moto. Fácil de memorizar e sonoro, como devem ser os nomes de produtos populares. Tão genial quanto a própria Biz. Seria possível imaginar que, de tão bom, tal nome foi fruto de uma inspiração divina, um anjo que passou e, em vez de dizer “amém”, soprou “Biz”? Nada disso.

O nome Biz nasceu do acaso, de acordo com o relato feito por quem viveu o projeto desde o minuto zero. Todas as motos e scooters da Honda, durante a fase de projeto, são identificadas por um código interno, simples letras ou letras misturadas a números. Exemplos: a atual CG era a “KVS”, a CBR 1000RR-R Fireblade, a “MKR F”, a XRE 190, a “K68”. Já a Biz foi a “BIZ”! Isso mesmo! O código interno dado pelo Japão, e pelo qual a novidade foi chamada internamente antes do lançamento, acabou virando seu nome oficial.

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Em março de 1998, mais de 90 jornalistas voaram até a fábrica em Manaus, Amazonas, para conhecer a novidade C100 Biz. Primeiro impacto, o preço sugerido de R$ 2.199,00, mais baixo que o da Dream, que ela substituía. Logo se viu que a vantagem não seria só o preço: a Biz era atraente, com linhas modernas e harmoniosas. Oferecida em quatro cores – amarelo-vivo, azul quase roxo, vermelha e verde-escuro –, o contraste com o cinza usado na parte inferior e interna do escudo dava um inesperado requinte ao modelo.  

Detalhes caprichados, como o painel de fundo branco, piscas integrados ao farol e o amplo banco, chamaram a atenção para o bom acabamento, e tudo se complementou com o test ride na pequena pista da fábrica. Ali a Biz convenceu de vez a todos. Ela realmente era um passo à frente em relação à Dream também em termos dinâmicos.

As avaliações dos testes completos que se seguiram confirmaram a validade do projeto da Honda C100 Biz, que logo em seu primeiro ano de produção se tornou a 2ª Honda mais vendida, perdendo apenas para a campeã CG, realidade que se mantém até hoje. A estimativa de produção, de 6 mil unidades/mês, foi superada no terceiro mês de fabricação, e ainda naquele ano a cifra alcançou a casa das 9 mil unidades/mês. Cúmplice desse estrondoso sucesso foi também a excelente campanha publicitária, cujo ponto alto foi o jingle do comercial de TV:

“Honda Biz, com tudo ela combina, só não combina com posto de gasolina.”

A OUSADIA, o pensar fora da caixinha naqueles dias de 1994 na Rua das Flechas havia compensado. Graças à Biz, o HRB – Honda Research Brasil ganhou um novo status, pois dali em diante foi autorizado a criar modelos dedicados ao mercado brasileiro, deixando de ser mero centro de pesquisa para atuar como verdadeiro polo de desenvolvimento de design.

No próximo capítulo, vamos ver como a Honda Biz evoluiu nesses 25 anos de existência e constatar que, mesmo incorporando o que há de mais moderno em termos de tecnologia, ela preservou sua essência prática, confiável, fácil e incrivelmente atual, mantendo as formas básicas da Biz pioneira.  

O aperfeiçoamento da motocicleta a cada novo ano

A chegada triunfal da Biz ao mercado brasileiro em 1998 redefiniu a categoria: acostumados ao visual clássico da Dream, os fãs do segmento encontraram nas concessionárias um modelo muito mais moderno e um comportamento dinâmico superior.

A maior rigidez estrutural do chassi tubular deu à Biz mais estabilidade. Positiva também foi a mudança na largura do pneu traseiro, 25% maior, permitindo melhor apoio em curvas, resistência e capacidade de carga.

Outro aspecto no qual a Biz superou a C100 Dream foi no quesito segurança, mais especificamente em frenagem, uma vez que o tambor de freio dianteiro passou de 110 para 130 mm de diâmetro.

A aceitação da Biz estimulou a Honda a “lapidar” sua pequena motoneta com frequência. Vejamos abaixo os principais “momentos” da história da Biz:

1999 – Pouco mais de um ano depois de seu lançamento, as versões passaram a ser duas, a standard e uma versão partida elétrica, denominada Honda C-100 Biz ES. Outro aperfeiçoamento foi a adoção da bateria selada.

2001 – Marcador de nível do combustível é introduzido no painel.

2002 – Surge a Biz+, versão topo de linha com rodas de liga leve, pintura metálica, banco bicolor e contraste cromático entre as partes plásticas.

2005 – A primeira grande “revolução” depois de sete anos de sucesso: é lançada a Biz 125, com novo motor mais moderno e 20% mais potente. Suspensão traseira com curso majorado, posição de pilotagem aperfeiçoada, novo farol, piscas no escudo, nova lanterna, novo banco, mais espaço no porta-capacetes, sistema Shutter-key com Comb-lock.

2006 – Chega o freio a disco dianteiro, exclusivo da versão Biz+ 125, que se une às Biz 125 KS (partida a pedal) e Biz 125 ES (partida elétrica).

2008 – O sistema de alimentação passa a ser por injeção eletrônica PGM-FI, que em conjunto com o catalisador reduziu emissões sem prejuízo à potência/torque. E mais: novo layout de painel, um escudo frontal mais largo, novo desenho do banco, gancho porta-sacolas e pedal de câmbio redesenhado, entre outros aperfeiçoamentos.

2011 – A Biz 125 virou Flex, permitindo o abastecimento tanto com gasolina como com etanol. Além disso, ganhou uma forte modernização técnica e estética, escudo frontal redesenhado e mais protetivo, farol, piscas e painel inéditos, assento maior e com dois níveis e pedaleiras do garupa fixadas ao chassi. Três das versões, KS, ES e a EX, com freio a disco e rodas de liga.  

2012 – É lançada a Biz 100, com motor dotado de carburador, versão econômica da campeã de vendas.

2016 – A Biz 110i chega para ocupar o posto de versão mais acessível do modelo, equipada com um novo motor com injeção eletrônica PGM-FI.

2018 – No finalzinho do ano, um presente de Papai Noel sob forma de Biz 110i e 125 modernizadas, a mais profunda atualização desde o lançamento. Novo grupo óptico frontal, painel LCD inédito e laterais e rabeta com novo desenho. Espaço sob o banco mais amplo, com sistema de abertura através da chave de ignição, e tomada de 12 V sob o assento. No aspecto técnico, a grande novidade foi a chegada do sistema de frenagem CBS – Combined Brake System.

Enfim, a Biz em qualquer versão é como se fosse um membro da família, e dos melhores: é querida, não dá problema, gasta pouco e oferece muito. É a moto de estreia de uma grande parcela de brasileiros e em particular das brasileiras, que se encantaram pelas características de praticidade, facilidade de pilotagem e itens específicos, como o câmbio que favorece a utilização por sapatos femininos, o gancho porta-sacolas e – por que não? – o inquestionável charme. Vida longa à Biz, e que venham outros 25 anos.

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