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The Riders Histories
Correspondentes

MOTO – QUATRO LETRAS, DOIS TEMPOS E UMA PAIXÃO

Sucesso nos anos 70, 80 e 90, as motos 2 tempos estão de volta. E ao que parece, não apenas como modismo, é uma paixão que reacendeu nos corações de motociclistas.

O estilo é procurado principalmente por ser um veículo leve e de mecânica simples, por isso seu custo de manutenção é menor que as de 4 tempos, porém existe uma grande dedicação para deixar essas belas máquinas de volta às ruas.

O motor 2 tempos também fez sucesso nas motos de Grande Prémios de Motovelocidade.Muitos de nós ainda se recordam a leveza extrema, o comportamento agressivo do motor, e o som característico do escape. Categorias apenas de motores a 2 tempos: 125, 250 e 500 até o ano de 2001, onde o seu último ano vitorioso, com um “tal de Valentino Rossi” (uma lenda viva), que no ano seguinte voltou a ganhar, agora já com uma moto 4 tempos com quase 1000cc.

Valentino Rossi – Aprilia RS150cc – 1996

Antes de começarmos a nossa matéria com os apaixonados por motores 2 tempos, é importante entender a diferença entre os motores.  

O termo 2 tempos refere-se à dinâmica de funcionamento do motor. E como o nome já diz, a operação do propulsor necessita somente de duas rotações do pistão para que a admissão, explosão e exaustão sejam realizadas.
Diferentemente dos 4 tempos, que precisam rotacionar 4 vezes para executar esse mesmo processo. É por isso que a rpm das motos 2 tempos são sempre maiores do que a das 4 tempos. Isso explica o barulho mais estridente, característico desse tipo de veículo.

O ronco faz os apaixonados compararem o motor o ruído das abelhas, e também o inconfundível “perfume” da fumaça do motor 2 tempos.

Motor 2 tempos:
Primeiro tempo – o pistão sobe comprimindo a mistura no cilindro e produzindo rarefação no cárter. Logo após, acontece a ignição e a combustão da mistura.
Segundo tempo – os gases da combustão se expandem, fazendo o pistão descer, comprimindo a mistura no cárter. O pistão abre a janela de exaustão, possibilitando a saída dos gases queimados.

Motor 4 tempos:
Primeiro tempo – admissão – acontece o movimento do pistão do Ponto Morto Alto para o Ponto Morto Baixo com a válvula de admissão aberta.
Segundo tempo – compressão – o movimento do pistão do ponto morto baixo para o ponto morto alto acontece com as duas válvulas fechadas. O pistão comprime a mistura de ar e combustível.
Terceiro tempo – tempo motor – acontece a ignição, quando a vela produz a faísca.
Quarto tempo – exaustão – corresponde à subida do pistão do ponto morto baixo para o ponto morto alto com a válvula de escapamento aberta.

Nós do The Riders tivemos o prazer de entrevistar alguns membros do “Clube 2 Tempos do Pará“, até por que, eu (Victor Athayde), comecei a minha vida em duas rodas com uma lenda dessas.

Victor Athayde – RS50cc – 1999

Clube 2 tempos do Pará 

Motos 2 tempos resgata saudosistas e atrai nova geração!

O “Clube 2 tempos do Pará” surgiu com amigos apaixonados por esse tipo de motor, foi criado com a intenção de trocar informações, dicas, contar suas histórias e experiências. Hoje com 37 participantes, cada vez mais buscam encorajar pessoas a aderirem e restaurarem lindos modelos, e assim cada vez mais aumentar o número de participantes.  

Leandro Mendes, Roger Horiguchi, Victor Athayde (correspondente) , Mauro Carvalho, Fernando Moreira, Victor Bruno e Hellen Leite

Conversamos com Fernando Moreira, fundador do Clube, proprietário de uma Aprilia RS 50cc 2001, versão Fumi Rossi. A sua paixão pelos motores dois tempos começou desde pequeno, quando seu pai preparava motos com um amigo no quintal da casa, aquele barulho de 2 tempos e giro alto, não saiam da cabeça, é algo que nunca deixou de admirar. “Não pretendo vender minha moto e um dia espero conseguir a versão 250cc. Espero também que vários amigos que gostam das motos 2 tempos, também consigam as suas e possamos ainda dar muitas voltas juntos e rir juntos”. Diz Fernando.

Aprilia RS50 2001

Mauro Carvalho, proprietário de uma RD350R 1992, contou um pouco da sua história:

“Conheci o 2T em 1985 através da Yamaha RDZ. Naquela época, pra mim a RDZ era a moto mais bela fabricada no Brasil muito embora houvesse a contemporânea Honda CB-450, muito maior e mais cara.No segundo semestre de 1986 a Yamaha lançou a RD-350, quando eu vi aquela moto foi paixão de imediato. Era revolucionária, linda e muito rápida. Recordo naquela época que eu, no comando de uma CB-450, fui rapidamente deixado para trás em um embate de rua contra uma RD-350. A facilidade que a Honda CB-450 foi derrotada foi impressionante e humilhante. Entre os anos de 1989 e 1992 eu tive duas DT-180 e três RD-350. Desde o ano de 2016 eu sou um feliz proprietário de uma RD-350. Costumo dizer a respeito das 2T: Quem tem, tem. Quem não tem anda atrás de uma”.

RD350R

Aprilia SR – Yamada RD350 -Yamaha BMS – Lendas que fizeram história nas décadas de 90

Leandro Mendes Roger Horiguchi são proprietários de duas lendas, Aprilia SR50cc, motos emblemáticas, com pinturas réplicas das campeãs de Motovelocidade da época, pilotadas pelo grande Valentino Rossi.

“Sou admirador da Aprilia, a SR50 trás junto as lembranças da adolescência, e com motor 2 tempos cresce a nostalgia da época. Os desejos para o futuro é adquirir a irmã maior RS50 e a trail Yamaha DT200R”. Diz Roger Horiguchi

Yamaha Banshee 350cc (Motor da RD350) – Seria impossível não falar dessa grande lenda, foi o melhor quadriciclo da história, fabricado no Japão de 1987 a 2012, eles estiveram disponíveis nos Estados Unidos de 1987 a 2006, no Canadá até 2008 e na Austrália de 1998 a 2012, aqui no Brasil foi somente importação direta. No estado do Pará até hoje tem muitos fãs e proprietários, dentre eles Leandro Mendes e Gustavo Laiun, que estão restaurando com todo carinho esses ícone de 4 rodas. Contando com ajuda de mecânicos renomados da região, Maurício Miranda e Nival Calado, que fazem a manutenção e restauração dessas máquinas há décadas. 

Yamaha Banshee 350cc

Ter um “brinquedo” com motor 2 tempos precisa ter amor e dedicação, principalmente no Brasil, onde os proprietários têm que importar praticamente 90% das peças, mas é esse esforço que valoriza essas grandes máquinas, que hoje são supervalorizadas e tem preço inestimável. 

Matéria de Victor Athayde

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