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Motos autônomas: modelos que não caem e andam sozinhos

Tecnologias de motos autônomas e sistemas de pilotagem projetam que aquela peça entre o guidão e o banco pode sofrer a “heresia” de ser substituída

Uma das maiores pelejas dos motociclistas é vencer a lei da gravidade. Como esta lei (ainda) não dá para ser revogada, o jeito é conviver com ela, simultaneamente com doses de desafio e adrenalina. O limite vai aumentando através da tecnologia, com dispositivos que permitem o equilíbrio sem a interferência humana. Tudo em nome da segurança. É a era das motos autônomas.

Dispositivos em estudos e desenvolvimento também permitem antever problemas, como radares interativos que atuam nos freios, como na Yamaha MT-09 Tracer GT. Porém, se mesmo assim a lei da gravidade for aplicada, já existem recursos para atenuar outra lei implacável.

A lei que estabelece que dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. Outro perrengue para o motociclista. A Honda já tem de série (a primeira no mundo) airbag no modelo Gold Wing e desenvolve um mecanismo que aciona a assistência automaticamente, comparando a posição da moto e do piloto, por meio do smartphone e de sensores de velocidade e de inclinação. É o novo mundo das motos autônomas. A pilotagem raiz e seus prazeres só se for “analógica”.

Ajuda para estabilizar a moto

A Yamaha está desenvolvendo o sistema Advanced Motorcycle Stabilization Assist System, AMSAS, ou sistema avançado de estabilização da motocicleta, para ajudar o piloto em baixas velocidades. Na hora de partir ou parar, o sistema assume o controle da moto, mantendo o equilíbrio. Mais um recurso das motos autônomas.

Um protótipo foi instalado no modelo YZF-R25 com um uma unidade de medição inercial (IMU) de seis eixos que percebe todos os movimentos, inclinações, acelerações e desacelerações da motocicleta. Um atuador instalado na roda dianteira, assume, junto com a direção do guidão, o comando da motocicleta até uma velocidade de 5km/h. Uma autêntica assistência ao “pouso e decolagem”.

Outra moto que não tomba da Yamaha é o protótipo Motoroid, que já esteve no Brasil por ocasião do 15 º Salão das Duas Rodas de 2019, em São Paulo. Com aspecto futurista de ficção científica, o Motoroid tem o sistema AMCES, Active Mass Center Control System.

Através de motores elétricos e inteligência artificial, o sistema percebe sua posição e ajusta instantaneamente o centro de gravidade, movendo as massas para compensar qualquer inclinação, ficando em pé sem auxílio ou apoios e de forma totalmente autônoma.

Quando a moto se inclina para um lado, o lastro vai para o outro lado, neutralizando a inclinação. De quebra, a Motoroid aceita comandos de voz e reconhece imagens, rostos e gestos, através de uma câmera biométrica. A interação homem e máquina (HMI, Human Machine Interface) se completa quando o piloto senta na moto e é abraçado ergonomicamente por aletas laterais. São as magias das motos autônomas.

Humanoide no comando

A Yamaha também desenvolveu o Motobot. Um robô humanoide capaz de pilotar de forma autônoma uma moto quase normal em uma pista de corrida. São seis atuadores e dados coletados de sensores de velocidade, inclinação, rotações do motor, além de dados de localização via GPS de alta precisão.

Um complexo algoritmo interpreta tudo para o Motobot operar o guidão, acelerador, freio dianteiro, traseiro, embreagem e pedal de marchas durante o percurso da pista em alta velocidade em pilotagem semelhante a um humano.

Por enquanto o Motoboy é fixo, não se pendura nas curvas como os pilotos de motovelocidade, exatamente para deslocar o centro de gravidade. Tampouco é capaz de controlar a moto abaixo de 5km/h. Não tem jogo de cintura e precisa de rodinhas para estacionar. A menos que a moto tenha exatamente o sistema AMSAS. Porém, pode ser um exemplar piloto de testes e desenvolvimento que nem precisa descansar. Ótimo para testar as motos autônomas.

Andando sozinha

A Honda também desenvolve sua moto que se equilibra sozinha desde 2017 com o programa Riding Assist. Inicialmente com um protótipo com base no modelo NC 700 com motor convencional a combustão para rapidamente ser substituída pela elétrica batizada de Riding Assist-e, e depois pela Riding Assist 2.0, Nas primeiras versões, o equilíbrio era obtido mudando o ângulo e o esterço da coluna de direção. Por meio de sensores, a moto ia mudando a distância entre-eixos (ficando mais comprida ou curta) e movimentando o guidão para um lado ou outro.

A versão mais atualizada, com base no modelo NM4 Vultus, tem o balanceamento dinâmico na roda traseira ligada a dois atuadores movidos por servo-motores elétricos controlados eletronicamente. Quando sensores detectam movimento para um lado, a balança da roda traseira move-se lateralmente para o outro, promovendo o equilíbrio. Estranho, mas funciona auxiliando a pilotagem.

A BMW desenvolveu um sistema montado em um modelo GS 1200, que anda, acelera, faz curvas, freia e para sozinha, sem o piloto. Quando para, apoios tocam o solo. A tecnologia ajuda (futuramente) o piloto, identificando riscos e atuando preventivamente para maior conforto e segurança nas motos autônomas.

Ao contrário das outras tecnologias, a BMW não altera o centro de gravidade. Funciona como um piloto automático que lê o percurso por meio de radares e sensores, acelerando, fazendo curvas e brecando. Para tanto, utiliza também um giroscópio e uma parafernália eletrônica acomodada nas bolsas laterais e no top box. O quadro e outras peças foram feitas em impressoras 3D. É o novo mundo das motos autônomas.

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fonte:https://www.vrum.com.br/motos/motos-autonomas-nao-caem-andam-sozinhas/

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