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Motos retrô voltaram à moda

Tudo (re)começou em 2013, quando a Triumph – já como subsidiária e não mais através de um importador independente – lançou no mercado brasileiro a Bonneville T100 865. O sucesso foi imediato e até um pouco surpreendente, pois ninguém imaginava que havia uma demanda reprimida tão grande por modelos com mecânica moderna, mas visual clássico retrô, à moda das motos dos anos 60. No ano seguinte, a marca inglesa redobrou a aposta com a cafe racer Thruxton 900 – e, mais uma vez, as vendas foram muito positivas.

Crédito: Divulgação

Nos anos seguintes, a Triumph reinou sozinha nesse segmento. E lançou mais e mais versões da “família” Bonneville, inclusive as atualizações que pouco antes haviam sido feitas lá fora. Além disso, passou a ser a principal apoiadora, também no Brasil, do Distinguished Gentleman´s Ride, um evento global de motocicletas que arrecada fundos e divulga conscientização para pesquisas sobre câncer de próstata e programas de saúde mental masculina em nome da Fundação Movember. Com isso, o “movimento retrô” ganhou ainda mais força.

Aí a Royal Enfield chegou em 2017. Marca de origem inglesa, mas atualmente baseada na Índia, apostou nos modelos Bullet e Classic, ambos com motores monocilíndricos de 500 cm³ e simplicidade franciscana, mas com fama de robustez. E um design mais retrô ainda, com a “receita básica” do estilo – farolzão redondo, tanque gordinho e também arredondado, banco “bolo de noiva”, alguns cromados e quase nenhuma modernidade fora o ABS nos freios.

Crédito: Reprodução

Bem-sucedida, a Royal Enfield lançou, em 2020, duas motos quase gêmeas – não por acaso apelidadas de “twins” – frutos de um projeto então recente: as bicilíndicas Interceptor 650 e Continental GT 650. Mais uma vez a aposta deu certo e as motos registraram números de vendas que compensaram o investimento de importá-las para o Brasil. Não por acaso, a primeira é uma retrô e a segunda, uma cafe racer. A marca, inclusive, tem planos de “nacionalizá-las” através de uma linha de montagem em Manaus.

Kawasaki e Honda correm por fora, e também investiram no segmento. A primeira trouxe, em 2018, a lindíssima Z 900 RS e sua irmã Z 900 RS Cafe (uma variação com aquela carenagem de farol que lhe dá o aspecto de torpedo). É uma moto com motor moderníssimo, recursos eletrônicos de primeira linha e um visual charmosíssimo. Já a outra passou a vender as CB 650 R e CB 1.000 R, ambas com um estilo chamado pela marca de “Neo Sports Cafe“. No fim das contas, são menos retrô que os modelos das outras marcas, mas bebem na mesma fonte.

Crédito: Reprodução

Hoje, Classic 500Bullet 500 e Z 900 RS Cafe já saíram de linha, mas as “twins”, a Z 900 RS e as CBs seguem firmes e fortes, assim como a “família” Bonneville – que foi momentaneamente enxugada, mas que ano que vem ganhará o reforço da inédita Speedmaster 1.200. A Kawasaki, alias, também já prometeu trazer a Z 650 RS, outra retrô. Em resumo, o segmento se consolidou e segue forte com uma legião de fãs.

Motivos do sucesso das motos retrô

Quais os motivos para isso? É uma pergunta fácil de responder. Essas motos têm preços atraentes pelo que oferecem – uma soma de desempenho satisfatório, um certo glamour, a segurança de não serem visadas, a possibilidade de serem equipadas com muitos acessórios e, claro, um design que agrada em cheio compradores normalmente de meia-idade para cima, que costumam ter condições financeiras para comprar esse tipo de moto.

2019 CB650R

São, ainda, uma alternativa às motos custom, que também miram esse público-alvo. Só que, nesse caso, os compradores não buscam motocicletas para longas viagens ou para posar de motoqueiro de filme. Querem, isso sim, transitar pelas cidades ou em passeios curtos, o prazer de pilotar uma motocicleta “raiz” (mas que ofereça desempenho e segurança) e que, fundamentalmente, seja uma “moto com cara de moto”. Sem dúvida, quando se trata de motos de média ou alta cilindrada, é um segmento para ser levado tão a sério quanto os de motos nakedesportivastrail e custom.

Confira os preços dos modelos retrô vendidos no Brasil

Triumph

Bonneville T100 – R$ 55.190Bonneville T120 – R$ 60.190

Royal Enfield

Interceptor 650 – R$ 25.990Continental GT 650 – R$ 27.990

Kawasaki

Z 900 RS – R$ 62.090

Honda

CB 650 R – R$ 47.350CB 1.000 R – R$ 62.130

Obs: valores sem frete e seguro

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