No LADO A LADO, o GRANDE PREMIUM confrontou a performance dos pilotos de cada equipe nas primeiras oito etapas da temporada 2023 da MotoGP
A MotoGP entrou de férias após oito etapas. Na primeira parte da temporada 2023, deu o esperado: domínio da Ducati. Francesco Bagnaia partiu para o descanso com uma confortável vantagem na liderança do Mundial de Pilotos, com 35 pontos de diferença para Jorge Martín, o segundo colocado.
Na disputa entre os Construtores, a casa de Borgo Panigale já abriu 132 pontos de vantagem para a KTM, a segunda colocada. Na disputa das equipes, domínio das satélites, já que muitos dos times de fábrica sofreram com lesões. A Pramac lidera, mas só com 12 pontos a mais que a VR46.
Enquanto pilotos e equipes descansam e se preparam para o restante da temporada, o GRANDE PREMIUM colocou LADO A LADO o desempenho de todos os companheiros de equipe para entender quem se saiu melhor até aqui. A ordem de comparação obedece a classificação do Mundial de Pilotos.
PRAMAC: Jorge Martín x Johann Zarco
Primeira na fila das equipes satélites da Ducati, a Pramac conseguiu fazer todas as oito corridas com os pilotos titulares, o que não foi muito comum neste ano. E, embora a diferença de pontos entre Jorge Martín e Johann Zarco seja de apenas 50 pontos, a performance do espanhol foi mais destacada.
Em termos de GP — ou seja, a corrida principal, de domingo —, Martín tem uma vitória, enquanto Zarco segue em busca da primeira da carreira. O francês, porém, leva a melhor em pódios, com quatro, contra três do companheiro de equipe.
Martín somou 37,10% dos 159 pontos que acumula nas corridas sprint, onde soma duas vitórias e um total de cinco pódios. Zarco, por sua vez, somou 17,43% dos 109 pontos que têm nas disputas curtas, onde ainda não foi ao pódio.
VR46: Marco Bezzecchi x Luca Marini
Assim como aconteceu com a Pramac, a VR46 também contou com os dois pilotos em todas as corridas, mas Luca Marini não passou ileso da primeira parte do campeonato. O italiano de Urbino levou um tombo na França e machucou o punho, o que acabou por impactar a perfomance.
Terceiro colocado no Mundial de Pilotos, Marco Bezzecchi não leva vantagem em relação ao companheiro de equipe apenas no quesito físico. O #72 já soma duas vitórias e mais dois pódios, enquanto Luca esteve no top-3 em apenas uma ocasião.
Nas corridas sprint, a disputa entre os dois é mais equilibrada. Bezzecchi somou 25,94% dos 158 pontos que têm na classificação nas provas de sábado, enquanto que 27,55% dos pontos de Luca vieram das corridas curtas. Daí os 60 pontos que separam os dois.
DUCATI: Francesco Bagnaia x Enea Bastianini
Diferente das equipes satélites, a Ducati não conseguiu ter a equipe completa em todas as corridas do ano. Derrubado por Luca Marini na corrida sprint do GP de Portugal, primeira etapa do ano, Enea Bastianini sofreu uma lesão no ombro que o manteve afastado por um longo período. Assim, o #23 disputou apenas três etapas, contra as oito de Francesco Bagnaia.
Sendo assim, a diferença entre ambos é não só óbvia, mas também notável. Pecco tem quatro vitórias e um total de cinco pódios nos GPs, além de sete pódios e três vitórias nas sprints, e quatro poles. Assim, lidera o campeonato com 194 pontos — 38,14% deles provenientes dos sábados.
Bastianini, por outro lado, ainda luta para recuperar a forma. Em três GPs, somou 18 pontos, 176 a menos que o parceiro de Ducati, e ocupa somente a 18ª colocação no campeonato.
KTM: Brad Binder x Jack Miller
Com os dois pilotos disponíveis ao longo do ano, a KTM oferece uma disputa clara entre Brad Binder e Jack Miller, mas o sul-africano sai na frente com uma margem de 35 pontos em relação ao companheiro de equipe na classificação do Mundial de Pilotos.
Aos domingos, os dois estão empatados com um pódio cada, mas o desequilíbrio vem das corridas sprint. Brad acumulou 41,22% dos pontos que têm aos sábados, contra 31,64% do companheiro. O irmão de Darryn venceu a sprint duas vezes e tem ainda mais um pódio. Jack, porém, conseguiu dois pódios, mas nenhuma vitória.
APRILIA: Aleix Espargaró x Maverick Viñales
A Aprilia também teve Aleix Espargaró e Maverick Viñales disponíveis em todas as etapas, ainda que o #41 tenha sofrido com lesões ao longo do ano, especialmente depois de um acidente bizarro às vésperas do GP da Itália.
O duelo entre os colegas da casa de Noale, porém, é equilibrado, com Aleix e Maverick separados por 21 pontos. Os dois contam com um pódio cada aos domingos, mas o pai dos gêmeos Max e Mia tem também uma pole.
O mais velho dos irmãos Espargaró somou 27,27% dos 77 pontos que o colocam na oitava posição do Mundial de Pilotos aos sábados, mas ainda não chegou ao top-3 das sprint. As provas curtas correspondem a 26,78% dos pontos do pai das pequenas Nina e Blanca, mas ele tampouco esteve entre os três melhores.
YAMAHA: Fabio Quartararo x Franco Morbidelli
Equilíbrio é uma necessidade no campo da Yamaha, especialmente no que diz respeito a Franco Morbidelli, que tem contrato apenas até o fim do ano. E, diferente da temporada passada, o ítalo-brasileiro até que conseguiu ficar mais perto de ‘El Diablo’, que vive aquilo que considera ser o pior momento da carreira na MotoGP.
Fabio e Franco estão separados no Mundial de Pilotos por apenas sete pontos, mas o francês de Nice já conseguiu um pódio, um terceiro lugar no GP das Américas. Além disso, o #20 também esteve no top-3 uma vez nas corridas sprint, em Assen.
12,5% dos pontos de Fabio saíram da sprint, ao passo em que Morbidelli somou só 10,52% dos 57 tentos na prova em que só nove competidores pontuam.
Ainda que não tenha perdido nenhum GP, Quartararo não completou a primeira parte do campeonato 100% fisicamente. Antes do GP da Holanda, o campeão de 2021 caiu enquanto corria e acabou fraturando um dedo do pé.
GRESINI: Álex Márquez x Fabio Di Giannantonio
A pontuação não reflete exatamente o protagonismo de cada piloto da Gresini na temporada 2023 da MotoGP. Alex Márquez e Fabio Di Giannantonio estiveram disponíveis para a equipe em todas as oito corridas e estão separados no Mundial de Pilotos por só 29 pontos.
O caçula dos irmãos Márquez, que estreia neste ano com a Desmosedici depois de três temporadas com motos Honda — primeiro no time de fábrica e depois na LCR —, já conquistou uma pole e um pódio nos GPs, algo que o companheiro de equipe ainda não alcançou.
O filho de Roser e Julià somou 14,28% dos pontos que têm nas corridas menores, onde o italiano ainda não conseguiu pontuar.
LCR: Álex Rins x Takaaki Nakagami
A diferença de performance é gritante, mas a tabela de pontos não reflete com precisão essa discrepância, mas já que Álex Rins disputou apenas cinco corridas em 2023 contra as oito de Takaaki Nakagami.
O espanhol, que fraturou a perna direita em um acidente no GP da Itália, ainda está se adaptando à RC213V — após seis temporadas competindo pela Suzuki —, mas venceu o GP das Américas, o único pódio dele na temporada, contando também os sábados. Nakagami, por sua vez, está zerado em todos os quesitos.
Álex também se deu melhor que o companheiro nas sprint, de onde vêm 19,14% dos pontos que têm neste ano, e onde Nakagami ainda não conseguiu pontuar.
GASGAS TECH3: Augusto Fernández x Pol Espargaró (Jonas Folger)
A GasGas Tech3 não conseguiu fazer sequer uma corrida neste ano com a equipe titular completa. Pol Espargaró sofreu várias lesões no primeiro dia da temporada, em uma forte queda no treino 2 do GP de Portugal. O #44 bem que tentou, mas não conseguiu voltar à ativa antes das férias — o irmão de Alei, contudo, vai subir na RC16 em breve, durante uma participação no Festival de Goodwood, como confirmou o GRANDE PRÊMO.
Na ausência do catalão, a equipe comandada por Hervé Poncharal escalou Jonas Folger como substituto, com o alemão disputando seis GPs, dois a menos que o estreante Augusto Fernández.
E, mesmo em se tratando de um novato, Augusto conseguiu abrir 42 pontos de margem para o veterano, que está completamente fora de ritmo de competição e tem só nove pontos em 2023, 100% deles vindos dos GPs de domingo.
RNF: Miguel Oliveira x Raúl Fernández
A RNF, que passou a ser cliente da Aprilia neste ano, é mais uma das que não conseguiu disputar as oito etapas com o time completo. Raúl Fernández teve de se ausentar de uma corrida por causa de uma cirurgia de arm-pump, mas o português perdeu dois GPs por ser um tremendo de um azarado.
Na primeira corrida, em Portugal, Miguel foi derrubado por Marc Márquez e acabou com uma lesão no quadril. Depois, na Espanha, foi derrubado por Fabio Quartararo e acabou com o ombro machucado. Assim, perdeu duas corridas em 2023.
Todavia, Oliveira sustenta 19 pontos de frente para Raúl no Mundial de Pilotos, com as corridas sprint respondendo por 18,51% dos 27 pontos conquistados por ele até agora.
HONDA: Marc Márquez x Joan Mir
A Honda vive um ano caótico na temporada 2023 da MotoGP. A marca de Hamamatsu não só teve desfalque de um dos pilotos, como chegou a perder os dois em um mesmo fim de semana: o GP da Alemanha.
Com uma RC213V traiçoeira nas mãos, Marc Márquez e Joan Mir têm passado por duros momentos na MotoGP. O hexacampeão da categoria, que iniciou o ano em plena forma depois de três temporadas afetadas por uma fratura no braço direito — sofrida na primeira corrida de 2020 —, começou a temporada com uma fratura em um dedo da mão direita, mas sofreu também uma fratura de costela na parte final da primeira parte do ano. O ex-Suzuki, que perdeu as últimas corridas da primeira parte de 2023 por causa de uma lesão na mão direita, já soma 12 tombos no ano, um a mais do que registrou em toda a temporada 2022. O #36 é um dos que mais caiu no ano, atrás apenas de Marc, que já soma 14 quedas.
Apesar dos muito revezes, há diferença de performance entre Márquez e Mir. Veterano na Honda, o #93 acumula 15 pontos — todos eles vindos da corrida sprint, onde conseguiu o único pódio da temporada até aqui. O irmão de Álex soma também uma pole-position.
A MotoGP agora entra em férias e volta à ativa apenas entre os dias 4 e 6 de agosto para o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.
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fonte: https://www.grandepremio.com.br/grandepremium/lado-a-lado/motogp/materias/quem-venceu-confronto-interno-cada-equipe-primeira-parte-motogp-2023/
