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Ensaio Voge 650 DSX – o “mono” resistente

As marcas asiáticas têm estado cada vez melhores nos últimos anos, e esta 650 DSX da Voge segue o mesmo mote. É uma monocilíndrica de grande cilindrada, bastante agradável de conduzir desde o motor à ciclística, com um bom tato geral.

A Voge não é uma das marcas mais conhecidas, mesmo entre os diversos nomes asiáticos,mas quando falamos no nome Loncin já nos faz soar a campainha. A Loncin existe desde 1993 a fabricar motores, e desde 1998 a fabricar motos. Já fez motores para inúmeras marcas, inclusive europeias como a BMW, retirando daí também algum ‘know-how’ e evolução. Então onde surge a Voge no assunto? É a marca premium da Loncin, aproveitando assim da melhor forma o que aprenderam nos anos e parcerias anteriores,tendo como objectivo lançar motos de algum relevo, com bons componentes e acabamentos de qualidade a preços competitivos.

BASE CONHECIDA

Nas motos de combustão da marca exis-tem três motorizações, desde a mais pequena 300 cc, passando pela 500 cc, até esta 650 cc, neste caso um monocilíndrico cuja arquitetura não esconde as origens no motor Rotax tão utilizado em motos como a BMW 650 GS ou a Aprilia Pegaso 650. Mantém as quatro válvulas e a injeção eletrónica, mas com alguma evolução nalguns pontos e acertos para cumprir as mais recentes normas Euro5, ainda assim conseguindo debitar 47,5 cv de potência máxima e um binário de 60 Nm. A caixa mantém as cinco velocidades e a embraiagem por cabo, ambos os pontos com uma ação fácil e suave, com a caixa a ter um bom escalonamento para o caráter tranquilo do monocilíndrico. O 650 cc não é ávido por regimes altos, mas funciona sem vibrações nem com o bater típico dos monocilíndricos logo desde as 2.000 rpm, mesmo em quarta e quinta velocidades. Conseguimos rolar devagar de forma confortável em qualquer mudança, e o escalonamento mais longo das mudanças altas leva-nos sem problemas até aos 160 km/h sem que sintamos que o motor vai em esforço. Com isso,rolamos de forma bastante tranquila, cerca de 130 / 140km/h e com consumos baixos. No total do nosso contacto – que variou bastante entre cidade, auto-estrada, estradas nacionais e ritmos desde o calmo ao ‘atrasado para alguma coisa’ – o painel marcava 4,4 lts/100km de consumo médio o que, com 18 litros de capacidade no depósito, nos dará uma autonomia que rondará os 400 km. Os mapas de injeção/ignição estão bem conseguidos,pelo que a entrega de potência é feita de forma cheia e linear com um tato bom do acelerador. O escape é alto ao bom estilo trail, e confere um bom som ao monocilíndrico.

SIMPLES E FUNCIONAL

É o que podemos dizer da ciclística, que assenta num quadro tubular de estilo treliça. Ainda assim tem bons componentes, como a forquilha Kayaba invertida com bainhas de ø41mm e amortecedor da mesma marca, ou os travões Nissin com dois discos de ø298 mm e duas pinças de dois êmbolos. A travagem conta com um ABS de dois canais que pode ser desconectado facilmente. O braço oscilante é de alumínio, tal como as jantes, estas com 19” na dianteira e 17”na traseira. O assento do condutor é firme e confortável e fica a 820 mm de altura, o que não é muito alto para uma trail,mas o do passageiro é muito mais alto,e obriga-nos a levantar bastante a perna para subir ou descer da moto, o que se torna ainda mais difícil com o conjunto das três malas que tínhamos nesta moto de ensaio. A posição de condução é boa,com o guiador a ter um bom formato e a altura certa para conduzirmos sem esforço. O tato dos comandos também é bom, e não há assim reparos a fazer ao funcionamento geral de tudo. O painel de instrumentos em TFT a cores oferece boa leitura e é bastante completo, com informação sobre a pressão dos pneus,consumos, nível de combustível e mais,ainda com a possibilidade de ser conectado com um smartphone por Bluetooth.Tem sensor crepuscular, pelo que muda para modo noturno à noite e nos túneis.O vidro dianteiro oferece boa proteção aerodinâmica, especialmente na posição mais alta, já que permite ajustar a altura manualmente com facilidade.

AGRADÁVEL E FUNCIONAL

Na estrada, a Voge 650DSX comporta-se bem de forma geral, com o motor a contribuir bastante para isso. Tem um pulsar cheio e compassado nas rotações mais baixas, mas sem parecer demasiado um monocilíndrico, permitindo ser usado desde muito cedo nas rotações.O tato da embraiagem aliado ao binário disponível fazem com que arrancar seja sempre fácil, mesmo em subidas e com carga, e as relações de caixa exploram bem o potencial do motor. Em negativo tem alguma vibração muito fina que se nota mais em estrada aberta ou auto-estrada quando vamos acima dos 120km/h, mas nada de acentuado nem incomportável. Encaixados no assento, todos os comandos estão em posição intuitiva, e o comportamento da ciclística é bastante neutro e fácil de levar, seja de curva em curva ou em zonas abertas. As suspensões são confortáveis, mas acusam um pouco o limite em estradas de pior piso. A travagem é mais do que suficiente, com bastante potência e muito fácil de dosear na manete ajustável.Tem descanso lateral e central, ilumi-nação totalmente LED, ficha USB, proteções de motor e cárter e, esta que testámos, o conjunto de três malas de alumínio comercializadas pela marca a um preço interessante, até porque a qualidade das malas e dos suportes é bastante boa. Existe em três cores, vermelha, preta e azul, a um preço que ronda os 7.795€, estando disponível nos diversos agentes já espalhados no país.

VOGE 650 DSX
MOTORmonocilíndrico, refrig. líquida
CILINDRADA652 cc
POTÊNCIA47,5 cv @6.750 rpm
BINÁRIO60 Nm @ 5.500 rpm
CAIXA5 velocidades
QUADROtubular em aço
DEPÓSITO18 litros
SUSPENSÃO DIANTEIRAforquilha telescópica invertida de 41 mm, curso de 179,5 mm
SUSPENSÃO TRASEIRAmonoamortecedor, curso n.d.
TRAVÃO DIANTEIROdois discos de 298 mm, pinças de 2 êmbolos
TRAVÃO TRASEIROdisco de 240 mm, pinça de 1 êmbolo
PNEU DIANTEIRO110/80R19
PNEU TRASEIRO150/70R17
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS1.485 mm
ALTURA DO ASSENTO820 mm
PESO219 kg
P.V.P.7.795€

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Fonte:https://www.motociclismo.pt/ensaio-voge-650-dsx-o-mono-resistente/

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