A corrida MotoGP Sprint do Grande Prémio da Alemanha termina com Miguel Oliveira em 16º numa corrida dominada por Jorge Martin.
Após a chuva que se fez sentir fortemente durante o período da manhã no circuito Sachsenring, o programa do Grande Prémio da Alemanha deste fim de semana arrancou, em termos de corridas, com a MotoGP Sprint disputada nesta tarde de sábado e sob um sol radiante que permitiu aos pilotos darem o máximo de si, mas também das suas motos.
Numa corrida curta como é a MotoGP Sprint, e que neste que é o circuito mais curto do Mundial de Velocidade, com apenas 3,6 km de extensão, obriga a realizar 15 voltas na Sprint, a discussões por posição foram intensas e por vezes físicas, como aconteceu, por duas vezes, com Brad Binder (Red Bull KTM Factory) e Johann Zarco (Prima Pramac Ducati). Mas já falaremos disso.
Primeiro, vamos perceber o que foi a corrida de Miguel Oliveira.
O português da CryptoData RNF Aprilia, que se qualificou em 16º, teve nesta corrida curta uma prova à sua resistência física, e, pior que isso, num circuito tão “apertado”, partir no meio do pelotão de MotoGP implicava ter cuidados adicionais para evitar toques e quedas.
A verdade é que Miguel Oliveira acabou por se ver envolvido nos inevitáveis toques nos primeiros momentos, principalmente nas três primeiras curvas, e de 16º rapidamente desceu a 19º. Assim que a situação estabilizou e os pilotos puderam então concentrar-se nos tempos por volta nesta MotoGP Sprint, Miguel Oliveira ascendeu na classificação, passando a rodar em 17º na terceira volta.
Sem conseguir atacar os pilotos à sua frente, nomeadamente Augusto Fernandez (GasGas Factory Tech3), Miguel Oliveira e a sua Aprilia RS-GP 22 ainda viriam a conseguir subir mais uma posição, fruto da queda de Maverick Viñales (Aprilia Racing), o único piloto que caiu, sendo que a outra desistência registada nesta Sprint do GP da Alemanha foi a de Jonas Folger (GasGas Factory Tech3), que não sofreu queda, mas entrou na box para abandonar logo nas primeiras voltas da corrida.
Miguel Oliveira cruzou a linha de meta então na 16ª posição, precisamente aquela em que arrancou, e mantém-se sem conseguir pontuar desde que concretizou o seu regresso à competição no fim de semana passado.
Quanto à vitória, a mesma ficou resolvida num momento de pilotagem fenomenal de Jorge Martin (Prima Pramac Ducati). O piloto espanhol conseguiu manter-se perto dos dois primeiros, Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) e Jack Miller (Red Bull KTM Factory), mas na 4ª volta, e percebendo que tinha mais velocidade, Martin passou verdadeiramente ao ataque!
Numa manobra plena de oportunismo e capacidade de pilotar no limite, Jorge Martin atrasa a travagem, passando de uma só vez Miller e Bagnaia, com os dois a não conseguirem responder ao ataque do espanhol. Ainda assistimos a um momento de maior tensão quando na curva a seguir a ter concretizado a ascensão à liderança, Jorge Martin foi obrigado a fazer um incrível “save”, utilizando a parte superior do braço / ombro para manter a sua Ducati em duas rodas após sentir a roda dianteira deslizar pelo asfalto no que parecia ser uma queda certa.
Porém, “Martinator” manteve a calma, segurou a primeira posição, e a partir daí não deixou que mais algum piloto assumisse a liderança desta corrida MotoGP Sprint.
Martin efetuou então uma sequência de quatro voltas consecutivas no segundo 20, e nem mesmo Francesco Bagnaia, que, entretanto, se tinha libertado da pressão mais forte de Jack Miller, conseguiu acompanhar o piloto da Ducati satélite. Rapidamente Jorge Martin alargou a diferença para perto dos dois segundos, e mantendo depois um ritmo consistente, geriu a corrida como precisou.
O piloto natural de Madrid garantiu então a sua primeira vitória numa MotoGP Sprint, traduz em resultados a rapidez que se lhe reconhece, e assume a segunda posição da classificação de pilotos de MotoGP, por troca com Marco Bezzecchi (Mooney VR46), que não foi além da 7ª posição.
Bagnaia também pareceu estar algo resignado com o segundo lugar, percebendo desde cedo que não tinha argumentos para levar a luta pela vitória até final, e o pódio nesta corrida MotoGP Sprint do Grande Prémio da Alemanha ficou para Jack Miller, que também ele rodou sozinho e sem conseguir discutir de forma mais próxima a segunda posição, após momentos iniciais onde o australiano parecia decidido a levar a vitória para a box da KTM.
Conforme prometido, falamos agora dos “encontros imediatos” entre Zarco e Binder, e que deram que falar, mas na verdade não passaram de toques normais dentro do que se espera de pilotos que discutem posição num circuito tão “apertado”.
Na primeira volta, e na curva 3, uma das três curvas para a direita que encontramos no circuito Sachsenring, Brad Binder aproveitou um ligeiro alargar de trajetória de Johann Zarco para forçar uma ultrapassagem mais musculada. Um toque entre os dois que viria a ser mais prejudicial para Zarco, com o francês da Prima Pramac a descer na classificação, enquanto Brad Binder subia.
Zarco viria a recuperar a concentração, nunca baixou os braços, e a partir de metade da MotoGP Sprint já estava colado na traseira de Binder, que por sua vez tentava, de todas as formas e feitios, ultrapassar Luca Marini (Mooney VR46) e subir a 4º.
A situação neste trio manteve-se algo estável até às voltas finais, e com Marini sólido em 4º, Johann Zarco, num momento também ele fantástico de pilotagem e pleno de oportunidade, vê um pequeno espaço para meter “roda” na curva 11, mais uma das direitas de Sachsenring, e forçou de forma também física (toque) a ultrapassagem a Brad Binder. Desta feita foi o sul-africano a não conseguir levar a melhor, foi obrigado a alargar a trajetória, e ficou então sem qualquer hipótese de recuperar a 5ª posição que ficou para Johann Zarco.
O toque final entre ambos ainda foi analisado pelos Comissários de MotoGP, que optaram, desta vez, por definir este toque como um incidente de corrida, e por isso nenhuma penalização será dada a Zarco.
Quer saber quando é que os pilotos de MotoGP voltam à ação?
MotoGP Grande Prémio da Alemanha – resultados da MotoGP Sprint
1 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati)
2 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)
3 – Jack Miller (Red Bull KTM Factory)
4 – Luca Marini (Mooney VR46)
5 – Johann Zarco (Prima Pramac Ducati)
6 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory)
7 – Marco Bezzecchi (Mooney VR46)
8 – Alex Márquez (Gresini Racing)
9 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing)
10 – Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team)
16 – Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia)
MotoGP – classificação após a MotoGP Sprint do Grande Prémio da Alemanha
1 – Francesco Bagnaia – 140 pontos
2 – Jorge Martin – 119 pontos
3 – Marco Bezzecchi – 113 pontos
4 – Brad Binder – 96 pontos
5 – Johann Zarco – 93 pontos
6 – Luca Marini – 78 pontos
7 – Jack Miller – 69 pontos
8 – Aleix Espargaró – 55 pontos
9 – Fabio Quartararo – 54 pontos
10 – Maverick Viñales – 53 pontos
17 – Miguel Oliveira – 21 pontos
