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Japão entrega prova caótica e atiça disputa entre Bagnaia e Martín na MotoGP

O caos provocado pela chuva serviu para esquentar ainda mais a disputa pelo título de 2023 da MotoGP. Francesco Bagnaia sai do Japão ainda líder do Mundial de Pilotos, mas agora com três pontos de vantagem para Jorge Martín

Se a Índia iniciou um incêndio na MotoGP, o GP do Japão deste domingo (1) tentou apagar as chamas com gasolina. Depois de uma prova abreviada pela chuva, a disputa pelo Mundial de Pilotos ficou ainda mais apertada, com Francesco Bagnaia Jorge Martín agora separados por só 3 pontos.

O abandono em Buddh já tinha custado uma enormidade de pontos ao campeão vigente, mas é a excelente forma de Martín que mais tem machucado Bagnaia. Não que o #1 esteja em crise, mas o rival da Pramac navega em céu de brigadeiro. Em Motegi, Jorge fez pole, venceu a sprint e levou a melhor na corrida longa, somando todos os 37 pontos disponíveis na etapa — é a terceira vez no ano que o espanhol de Madri consegue a pontuação máxima do fim de semana, mesmo registro de Pecco.

Líder na 12ª volta, Martín só se deu conta da vitória no Japão quando voltou aos boxes após uma infrutífera tentativa de relargada.

“Tive consciência quando entrei nos boxes depois da segunda bandeira vermelha. Foram momentos de muita tensão. Estou contente de que nada aconteceu, porque as condições eram muito ruins. Não dava para ver nada e chovia demais. Estou muito contente com a minha primeira vitória na chuva na vida”, comemorou.

Desde o GP da Catalunha, Martín vive uma fase extremamente competitiva, o que lhe permitiu demolir a vantagem de Bagnaia na classificação. Contando, claro, com dois abandonos do #1.

“Estava comprometido em conquistar um bom resultado hoje. Quando começou a chover, me coloquei atrás de Pecco para entender se parava ou não. Nós paramos juntos e saí muito bem. Consegui entender as condições e pude me colocar na frente. No final, era muito difícil e perigoso continuar”, comentou. “Precisava tentar ganhar. Não estava no meu limite, pois, na água, se você busca o limite, cai. Estava muito concentrado em vencer”, frisou.

Mesmo tão perto da liderança do Mundial, Jorge garante que não quer mudar a maneira de encarar as corridas.

“Ainda falta muito campeonato, mas se tivesse pensado no campeonato, não teria vencido. E teria me contido mais com os pneus slicks. Mas estou curtindo o momento. Hoje era um dia que eu tinha mais a perder do que a ganhar, mas saí ganhando”, resumiu.

Com a prova encurtada, Bagnaia perdeu a chance de eventualmente chegar em Martín e conter a sangria de pontos, mas entende que a direção de prova tomou a decisão certa.

“A bandeira vermelha foi no momento exato, estava tendo muito aquaplanning e ficando bem perigoso”, apontou Pecco. “É verdade que o Jorge tirou pontos, mas estou feliz porque solucionamos muitos problemas e hoje demos um passo adiante muito importante”, seguiu.

Além disso, Pecco saiu satisfeito com a própria performance, já que reconhece que não é um especialista em pista molhada.

“Estou bem contente. Sei perfeitamente o quão difícil é estar na frente nessas situações. Não sou um mago na pista molhada, então ser segundo é muito importante”, observou. “E, mesmo assim, estávamos tirando a vantagem para o Jorge, mas tive um pequeno erro a três ou quatro voltas do final. Meu ritmo estava melhorando, estava bem cômodo”, contou.

O último elemento no pódio de Motegi foi uma surpresa e, de certa forma, um resultado carregado de ironia. Afinal, em meio a uma crise de competitividade da HondaMarc Márquez colocou a RC213V no pódio diante dos chefes da marca.

“No grid, eu pensei: ‘As oportunidades estão abertas’”, relatou Marc ao serviço de streaming espanhol DAZN. “Quando vi que tinha água, fizemos a troca muito rapidamente, já na primeira volta, e vimos que seria uma corrida longa. Foi por isso que eu fui com muita cautela no início, pois o asfalto estava bastante seco. Se forçasse muito naquela hora, destroçaria os pneus e, se chovesse mais depois, não teria nada a fazer”, explicou.

“Fui com muita cautela, muita calma. Além disso, a sensação tampouco era perfeita. Mas quando a água chegou de verdade, comecei a me sentir bem e a forçar mais. Ali os pneus já aguentavam”, detalhou. “Fui recuperando. Me senti muito confortável. Mesmo sendo o mais rápido da pista, fui um dos que levantou a mão, pois a verdade é que estava impraticável, estávamos aquaplanando muito. A direção de prova fez um bom trabalho, tomou uma boa decisão”, elogiou.

Ainda, Marc destacou que não vê a interrupção da disputa de atravessado, já que entende que as condições inviabilizavam a sequência da prova.

“Não sou o tipo de piloto que diz ‘se tivéssemos continuado…’, pois podia ter caído, já que estávamos correndo muitos riscos. Mas quando vi que tinha muita água na pista, tinha sensações muito boas e via como estava ultrapassando os outros, como fazia o tempo, de forma fácil, pilotando bastante bem. Faltavam 12 voltas e eu dizia a mim mesmo: ‘Com um pouco de paciência, vou recuperando posições’. Mas veio a bandeira vermelha e fui em um bom momento, pois a pista já estava impraticável. Também joga a meu favor que os que estavam na frente disputem o campeonato. Eles tinham muito a perder e eu, pouco. Isso te permite arriscar um pouco mais”, avaliou.

Por fim, Márquez assumiu que tem sofrido com a incerteza da situação com a Honda. O espanhol tem contrato para 2024, mas tem sido especulada uma mudança para a Gresini.

“Mesmo que tenha gente que diga que eu estou gostando, não estou. Tem noites sem dormir, noites pensando muito e estou sofrendo com isso, mas tento separar as coisas. Tento estar o mais focado na pista, porque pilotar uma MotoGP não é fácil”, declarou. “Este é um conto romântico. O primeiro pódio do ano tinha de chegar na casa da Honda, com os chefes. Vamos ver o que acontece, mas uma coisas não anula a outra. O meu compromisso com a marco foi e será 100%”, encerrou.

MotoGP volta às pistas no próximo dia 15, com o GP da Indonésia, que acontece em Mandalika. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como de Moto3 Moto2.

fonte:grandepremio

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