Acabaram as esperanças de Jorge Martín em chegar ao título de MotoGP, com Francesco Bagnaia a garantir que se vai sagrar campeão antes da corrida acabar.

MOTOGP, JORGE MARTÍN CAI E ENTREGA TÍTULO A FRANCESCO BAGNAIA

O espanhol já tinha dito antes da corrida que ia adotar uma abordagem de ‘ganhar ou cair’ e isso foi notório em dois momentos desta corrida. Primeiro, ainda numa fase inicial, o espanhol atacou o italiano na primeira curva, mas ambos tocaram-se e o piloto da Pramac perdeu posições, caindo para o oitavo lugar, com Pecco a manter a liderança.

Depois, já em desespero, a 22 voltas do fim, Martín ultrapassou Maverick Viñales e tentou fazer o mesmo com Marc Márquez, na curva 4, mas, mais uma vez, mostrou falta de calma e levou o piloto da Honda à frente. Márquez caiu de forma bastante aparatosa e saiu do incidente em dificuldades, estando em dúvida para o teste de terça-feira com a Gresini.

Martín foi aplaudido pelo campeonato que fez quando chegou à box da Pramac, com o piloto em lágrimas, mas esta queda faz com que seja garantido que Pecco Bagnaia vá revalidar o título de campeão do mundo.

MOTOGP, DAVIDE TARDOZZI E GINO BORSOI ANALISAM SPRINT E PROJETAM CORRIDA DECISIVA

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A corrida sprint ainda não decidiu o campeonato do mundo de MotoGP, com 14 pontos a separarem Francesco Bagnaia e Jorge Martín. Os team principals da Ducati, Davide Tardozzi, e da Pramac, Gino Borsoi, fazem a antevisão do dia decisivo.

Davide Tardozzi: “Foi um dia duro, esperávamos mais depois da sessão da manhã e da qualificação. Mas foi este o resultado, quinto é o mínimo que podemos aceitar no que toca à perda de pontos para o Jorge Martín, que fez uma corrida fantástica e merece a vitória. Mas vamos tentar fazer melhor amanhã, o Pecco está um pouco irritado porque não encontrou a confiança que precisava para lutar pelo pódio.

A manobra do Martín na primeira volta foi dura, mas correta, ele estava com pressa porque o Viñales estava a fugir. A escolha certa para o pneu traseiro era o macio e isso fez a diferença, quem escolheu o médio cometeu um erro porque foi mais lento no final da corrida. Vamos ver qual é a escolha amanhã e ver o que o Martín vai fazer. Nunca houve ordens de equipa no ano passado e não há este ano.

O Márquez e o Zarco no Qatar disseram que preferiam não lutar com o Martín, talvez hoje alguém tenha decidido não lutar com o Pecco, mas não há ordens de equipa na Ducati e os pilotos podem decidir o que quiserem”

Gino Borsoi: “Acho que é claro que ele é o melhor piloto em corridas sprint, estamos felizes porque conseguimos reduzir a distância outra vez. Não tenho dúvidas sobre o meu piloto, sei o quão rápido ele é e era claro que hoje era o dia dele. Ainda estamos vivos e estamos a lutar amanhã outra vez.

O domingo é sempre diferente, hoje o nosso ritmo era bom desde o início até ao fim, ele conseguiu ultrapassar e acho que temos um bom equilíbrio com a afinação.

O Jorge gostou da moto e espero que amanhã possa ter a mesma sensação, acho que somos suficientemente fortes para ganhar. Acho que todos lutaram de forma justa, o Jorge fez ataques justos durante a corrida. Foram todos profissionais, tenho de agradecer a todos porque foi uma boa corrida, espero que amanhã seja igual.

Nunca desistimos, ainda estamos vivos. Depois do momento infeliz no Qatar, ainda estamos aqui com boas opções, é uma época incrível para nós. Independentemente do que acontecer amanhã, somos uma grande equipa”

MOTOGP, JOHANN ZARCO (3.º): “O DI GIANNANTONIO CHEGOU DEMASIADO RÁPIDO”

Johann Zarco fez hoje a sua última corrida pela Pramac, conquistando um pódio, embora chegasse a pensar que podia ter hipóteses de vitória. Contudo, o francês ficou satisfeito por fechar este capítulo da sua carreira desta forma.

“É um pódio muito bom, o arranque foi melhor do que aquele que fiz ontem e pude controlar melhor a corrida. A KTM foi forte, mas, com dois erros da KTM e com o Jorge fora, vi que tinha hipótese de tentar a vitória. Tentei preparar a ultrapassagem ao Pecco, ele tinha bom ritmo, mas controlei para ir mais rápido na última volta. Mas o Di Giannantonio chegou demasiado rápido e surpreendeu-me com o seu ataque na curva 4, não o consegui atacar outra vez. Mas é um bom pódio para fechar o capítulo Pramac, agora posso desfrutar deste novo projeto com a Honda”, disse.

MOTOGP, FABIO DI GIANNANTONIO (2.º): “É O PIOR PÓDIO DA MINHA VIDA”

Fabio Di Giannantonio não ficou longe de conseguir a sua segunda vitória consecutiva num Grande Prémio de MotoGP, ficando apenas atrás do campeão Francesco Bagnaia. O piloto da Gresini ficou com a ideia que podia ter vencido, mas ficou satisfeito por sair da equipa com um pódio.

“É o pior pódio da minha vida, estava a puxar muito e tinha grande ritmo. Comecei a apanhar o grupo e a acreditar na vitória e queria ganhar e sair da equipa com uma vitória. Mas, na última volta, o Pecco começou a fechar todas as linhas e eu não consegui. Mas é um feito incrível para nós, terminar a época com este crescimento. Prometi à equipa dar o melhor resultado possível e acho que é uma boa forma”, disse.

MOTOGP: DI GIANNANTONIO PERDE PÓDIO PENALIZADO POR PRESSÃO DOS PNEUS

Fabio di Giannantonio perdeu o segundo lugar no MotoGP de Valência, depois de uma segunda infração da pressão dos pneus em dois dias.

Um ataque tardio permitiu ao italiano ultrapassar Johann Zarco e terminar colado ao vencedor da corrida e recém-coroado campeão de 2023, Francesco Bagnaia.

Mas depois de receber um aviso oficial por baixa pressão dos pneus no Sprint de sábado, o piloto da Gresini voltou a ficar abaixo do limite especificado no domingo (50% das voltas do Grande Prémio). Isso significa uma penalidade de 3 segundos, rebaixando-o de segundo para o quarto lugar, o que significa que Brad Binder termina a temporada com um pódio.

A penalização coloca Johann Zarco em segundo e Brad Binder em terceiro.

Binder também não cumpriu as pressões mínimas especificadas (em 50% das voltas do Grande Prémio), mas como primeira infração, recebeu apenas um aviso oficial.

MOTOGP, JORGE MARTÍN (DNF): “FIZEMOS HISTÓRIA COM UMA EQUIPA-SATÉLITE”

Apesar de não ter conseguido conquistar o título de MotoGP em 2023, Jorge Martín não deixa de estar orgulhoso da temporada que realizou. O espanhol felicitou Pecco Bagnaia e falou ainda dos incidentes que teve com o italiano e com Marc Márquez, com esse último incidente a levar à sua queda, bem como à do piloto da Honda.

“Estou feliz, mesmo que não acreditem em mim, estou feliz com os resultados que fizemos, fizemos história com uma equipa-satélite. Também estou feliz com a equipa que tenho, estou muito orgulhoso deles e da forma como me animaram depois de um resultado dramático. Claro que queria ganhar, mas era complicado, chegar a Valência com 21 pontos de desvantagem era muito difícil. Depois do resultado de ontem, pensávamos que era possível, mas era difícil. O Pecco mostrou hoje que era mais forte, mas vou celebrar hoje.

A estratégia era passar para a frente o mais depressa possível e depois talvez fazer uma corrida mais lenta. Mas era cedo para chegar ao primeiro lugar e esperei um pouco, mas fui sugado pelo seu cone de aspiração e quase que lhe bati. Depois estava a tentar recuperar posições, era o mais rápido em pista. Estava a lutar com o Maverick, não percebi porque é que ele estava a devolver a ultrapassagem, ele sabia que eu estava a lutar pelo campeonato, não fazia sentido, mas é o que é. Assim que o ultrapassei, tentei ultrapassar o Marc e tivemos aquele momento. Não era o que eu queria, eu estava numa posição, ele viu-me, soltou os travões e caímos. Não era o que eu queria, mas foi a situação”, disse.

“A primeira coisa que eu podia ter feito era esperar um pouco atrás do Pecco, eu estava mais forte e não fazia sentido estar tão perto. Com o Marc, não podia fazer nada, ele viu que eu estava por dentro e soltou os travões, não estou a dizer que é culpa dele, mas não é minha. Espero falar com ele em breve, sinto que tenho de o fazer, e podemos resolver este problema. Parabéns ao Pecco, ele fez um excelente trabalho, foi muito rápido na primeira parte da época, ninguém o conseguia apanhar, só na Alemanha. Depois de Barcelona, conseguiu manter um grande nível, mesmo que não estivesse a 100%. Mesmo que tivesse dificuldades com a moto, foi rápido. Fez um grande trabalho, temos de aprender com os erros e melhorar na próxima época”, referiu.

MOTOGP, VALÊNCIA: TRÊS DUCATI, UMA KTM E UMA APRILIA NO TOP 5

Graças ao primeiro lugar no Grande Prémio de Valência, a dupla italiana de Francesco Bagnaia e do Desmosedici GP da Ducati Lenovo Team conquistou o título mundial de MotoGP pelo segundo ano consecutivo. Mas vejamos os pilotos que mais se destacaram no último Grande Prémio do ano que hoje se disputou no Circuito Ricardo Tormo, perante uma enorme pressão e 93.000 espectadores!

Pecco Bagnaia (Ducati), 1º – 40m 58,535s

Uma atuação impressionante de Bagnaia num dia em que o caos ocorreu ao seu redor. O agora bicampeão mundial manteve a calma e após erros de Brad Binder e Jack Miller, ambos líderes na corrida, conseguiu segurar Fabio Di Giannantonio, que foi mais rápido nos momentos finais, assegurando mais um brilhante triunfo.

Johann Zarco (Pramac Ducati), 2º – +0,360s

Johann Zarco, Valencia MotoGP, 24 November 2023 // Gold & Goose / Red Bull Content Pool // SI202311243658 // Usage for editorial use only //

O francês fez uma corrida brilhante para terminar a sua passagem pela Ducati. Zarco passou a maior parte do Grande Prémio atrás de Bagnaia e lutou para encontrar uma forma do passar.

Brad Binder (KTM), 3º – +2.347s

Brad Binder, Valencia MotoGP, 24 November 2023 // Gold & Goose / Red Bull Content Pool // SI202311242803 // Usage for editorial use only //

Sem uma vitória nos Grande Prémios durante toda a temporada, o sul-africano colocou-se numa posição privilegiada para mudar isso ao liderar após uma ultrapassagem sobre Bagnaia. Mas o piloto da KTM errou na curva 11 e desperdiçou a oportunidade ao cair para sexto. O sul-africano conseguiu recuperar para o quarto lugar. Com a penalização de Di Giannantonio que desrespeitou a pressão dos pneus, Binder subiu ao pódio no terceiro lugar.

Fabio Di Giannantonio (Gresini Ducati), 4º – +3,176s

Após a sua primeira vitória no MotoGP, Di Giannantonio esteve soberbo ao ter o ritmo de corrida mais forte nas voltas finais. Muito perto de vencer a segunda corrida, Di Giannantonio procurava passar por Bagnaia a cada curva, mas o campeão mundial foi brilhante na defesa. Posteriormente aos festejos no pódio, o italiano foi informado da sua pnealização que o fez descer dois lugares, para quarto.

Raúl Férnandez (RNF Aprilia), 5º – +4.636s

Raul Fernandez (Aprilia, Spain) performs during the MotoGP World Championship in Spielberg, Austria on August 18, 2023. // Joerg Mitter / Red Bull Ring // SI202308180428 // Usage for editorial use only //

No seu melhor resultado desde sempre no MotoGP, Raúl Fernandez mostrou grande ritmo, aliado a incidentes pela frente, para garantir o quinto lugar à frente de Alex Márquez. A melhor forma de amenizar a tremenda confusão que vai na equipa CryptoDATA RNF Aprilia.

Resultados da corrida de MotoGP em Valência

1. Pecco Bagnaia (ITA), Ducati, 27 voltas em 40:48.525 min
2. Johann Zarco (FRA), Ducati, +0,360
3. Brad Binder (AFS), KTM, +2,347
4. Fabio Di Giannantonio* (ITA) , Ducati, +3.176 seg
5. Raúl Fernández (ESP), Aprilia, +4.363
6. Alex Márquez (ESP), Ducati, +4.708
7. Franco Morbidelli (ITA), Yamaha, +4.736
8. Aleix Espargaró (ESP), Aprilia, +8.014
9. Luca Marini (ITA), Ducati, +9.486
10. Maverick Viñales (ESP), Aprilia, +10.556
11. Fabio Quartararo (FRA), Yamaha, +12.001
12. Takaaki Nakagami (JAP), Honda, +21.695
13. Lorenzo Savadori (ITA), Aprilia, +43.297
14. Pol Espargaró (ESP), KTM
– Alex Rins (E), Honda, 19 voltas atrás
– Jack Miller (AUS), KTM, 18 voltas atrás
– Enea Bastianini (I), Ducati, 9 voltas atrás
– Augusto Fernández (E), KTM, 9 voltas atrás
– Marc Márquez (E), Honda, 5 voltas atrás
– Jorge Martin (E), Ducati, 5 voltas atrás
– Marco Bezzecchi (I ), Ducati, primeira volta não concluída

*= penalidade de 3 segundos (infração à pressão dos pneus)