No início de Fevereiro todos os pilotos de MotoGP vão reunir-se em Sepang para a primeira sessão de testes do ano, um encontro muito importante para Fabio Quartararo que gostaria de ter uma ideia do que o espera na próxima temporada. Lin Jarvis, director da Yamaha Motor Racing, respondeu a esta e outras questões.
MOTOGP, LIN JARVIS (YAMAHA): “SUBSTIMAMOS O DESENVOLVIMENTO DOS FABRICANTES EUROPEUS”
“O teste de Sepang é sempre importante, porque é lá que descobrimos os verdadeiros protótipos da próxima temporada. Esses ainda não são os modelos finais, mas estão muito perto.” Começa por dizer Jarvis. “A nossa equipa de engenheiros está a trabalhar para cumprir esse prazo com a melhor resposta possível. Pessoalmente, gostaria de ter em Fevereiro um motor que acelera mais e tem melhor resposta a baixas rotações, uma moto que anda mais rápido e sai melhor das curvas. Espero que tenhamos um chassis que funcione melhor, uma moto mais estável nas acelerações e travagens… Temos de melhorar a todos os níveis, mas tenho confiança nos nossos engenheiros para o conseguirmos. A maneira como eles trabalham está a mudar.”
“Deviamos ter antecipado os problemas”
Falando do déficit da Yamaha nas duas últimas temporadas, Lin Jarvis reconhece que houve erros… “Penso que subestimamos a velocidade de desenvolvimento dos fabricantes europeus. Na Yamaha, tal como na Honda, talvez tenhamos demonstrado complacência ao recusar afastar-nos de uma certa forma de conservadorismo. Não esqueçamos que há dois anos fomos campeões mundiais e no ano passado perdemos o título na última corrida. Basta dizer que nesta temporada o final foi brutal. Deveríamos ter antecipado os problemas que enfrentamos hoje, mas não o fizemos.”
“Emendar esses erros leva tempo e requer trabalho e esforço. Começamos a trabalhar com Luca Marmorini (ex-designer de motores da Ferrari que desenvolveu o motor Aprilia) em janeiro de 2023, mas o motor e os desenvolvimentos que utilizamos este ano foram programados antes da sua chegada. Veremos, portanto, mais da sua contribuição e da sua equipa no próximo ano. Este ano ainda melhorámos a nossa velocidade máxima. O que mais nos penaliza hoje é a falta de tração nas saídas das curvas, e isso não se deve necessariamente à falta de potência. Temos muitos detalhes para resolver e não precisamos de uma moto radicalmente diferente para fazer isso.”
Atrasos na aerodinâmica
Em resposta às dúvidas de Fabio Quartararo e do piloto de testes Cal Crutchlow sobre a nova aerodinâmica testada no verão passado, que não entendem por que a Yamaha insistiu tanto em usá-la, o Director da Yamaha Motor Racing disse:
“Para trabalhar, os engenheiros precisam de números e dados. Quando algo não funciona, eles precisam entender o porquê. É isso que nos permite avançar, encontrar soluções para os problemas. Ouço a frustração dos pilotos, mas a aerodinâmica é a área em que estamos mais atrás dos nossos adversários. Falta-nos conhecimento e por isso temos investido muito, tanto em tempo como em dinheiro. Vão ver isso no próximo ano. Os pilotos vivem no presente, os engenheiros preparam o futuro e sempre há conflitos entre esses dois mundos.”
MOTOGP, ÁLEX RINS: “NÃO RESCINDI COM A HONDA, A CONTINUIDADE ERA OPCIONAL”
Álex Rins recusa a ideia de que a sua saída da Honda tenha tido moldes parecidos à saída de Marc Márquez. O agora piloto da Yamaha recorda que o seu contrato estipulava que a sua continuidade não era obrigatória.
“São casos diferentes. No caso do Marc, não sei, não posso falar porque não estava na situação dele. No meu caso, eu tinha um contrato 1+1, mas a Yamaha chegou e fez-me uma proposta interessante para correr com a equipa oficial. No meu caso, a continuidade era opcional, eu não rescindi”, disse.
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MOTOGP, ALBERTO PUIG FALA SOBRE A TENTATIVA DE CONTRATAR GIGI DALL’IGNA
A Honda procura regressar ao topo do MotoGP, tendo sido noticiada na última época a tentativa de recrutar Gigi Dall’Igna à Ducati. O team manager da Honda, Alberto Puig, falou pela primeira vez sobre este assunto.
“Foram exploradas diferentes opções, não apenas esta. Ainda não foi decidido. Ainda estão a ser consideradas opções e estamos abertos a opções diferentes. Não apenas individuais, mas também consultorias técnicas, para ver onde podemos ter as melhores ideias”, disse.
MOTOGP, GINO BORSOI: “O MORBIDELLI TEM UMA PERSONALIDADE FANTÁSTICA”
Gino Borsoi ficou com primeiras impressões positivas de Franco Morbidelli, com o team manager da Pramac a considerar que não vai ser difícil trabalhar com o novo piloto da Pramac.
“Foi apenas um dia, ou um dia e meio, porque também nos vimos na segunda-feira. Há pouco tempo para fazer um julgamento. Mas ele parece ser uma pessoa fantástica, tem uma personalidade fantástica. Do que vi até agora, parece ser fácil falar com ele. Ele é muito aberto e ouve quando falamos do que precisa. Acho que, devido a essas características, vamos trabalhar bem desde o início”, disse.
MOTOGP, OS DEZ PÓDIOS MAIS PRÓXIMOS DA HISTÓRIA
Numa altura em que a nova época ainda não começou, o site do MotoGP colocou um vídeo com os dez pódios mais próximos da história.
O décimo lugar recua até ao Grande Prémio de Itália de 2019, vencido por Danilo Petrucci, que bateu Marc Márquez por apenas 43 milésimos, com Andrea Dovizioso a terminar em terceiro, a apenas 338 milésimos (Álex Rins também terminou a pouco mais de meio segundo, na quarta posição). O nono lugar também remonta à época de 2019, desta vez no Qatar. Aí, na primeira prova do ano, foi Dovizioso a levar a melhor, batendo Marc Márquez por 23 milésimos, com Cal Crutchlow em terceiro, a 320 milésimos (Rins e Valentino Rossi também terminaram a menos de um segundo). Recuando agora à época de 2000, na categoria de 500cc, o GP da Austrália viu o top-3 ficar separado por 288 milésimos, com Max Biaggi a terminar à frente de Loris Capirossi (por apenas 182 milésimos) e Valentino Rossi (Alex Barros ficou a menos de meio segundo do vencedor, mas fora do pódio).
Ainda na categoria de 500cc, mas em 1993, o GP do Japão viu os três primeiros cruzarem a linha separados por apenas 287 milésimos, com Wayne Rainey a bater Kevin Schwantz e Daryl Beattie. Avançando para 2006, Valentino Rossi venceu na Alemanha, conseguindo aguentar as três Honda de Marco Melandri, Nicky Hayden e Dani Pedrosa, com os três primeiros separados por 266 milésimos. Em 1999, no Brasil, foi o japonês Norick Abe a vencer, com Max Biaggi e Kenny Roberts Jr. a completarem o pódio, à distância de 257 milésimos entre os três. Este ano, na Tailândia, tivemos a quarta corrida com o pódio mais próximo de sempre, com Jorge Martín a impor-se a Brad Binder e a Pecco Bagnaia, com o campeão do mundo a cruzar a meta a 253 milésimos do seu mais próximo rival este ano.
No ano de 2022, na Austrália, Álex Rins conseguiu vencer uma corrida em que os sete primeiros ficaram separados por menos de um segundo. No final, foram Marc Márquez e Francesco Bagnaia a subir ao pódio com o piloto da Suzuki, sendo que Bagnaia cruzou a linha de meta a 224 milésimos de Rins. Em 2006, no circuito do Estoril, assistiu-se ao segundo pódio mais próximo de toda a história do MotoGP, com Toni Elias a levar a melhor sobre Valentino Rossi (por apenas dois milésimos), com o terceiro classificado Kenny Roberts Jr. a terminar a 176 milésimos do vencedor. O pódio mais próximo de sempre remonta à época de 1999, quando Tadayuki Okada bateu Max Biaggi e Regis Laconi, num pódio que ficou separado por apenas 124 milésimos de segundo.
MOTOGP, FUTURO DE DAVIDE BRIVIO PODE PASSAR PELA YAMAHA
Davide Brivio tem sido apontado à Honda desde que saiu do cargo que tinha na Fórmula 1, na Alpine, mas agora o seu futuro pode ter outro desfecho.
De acordo com a Gazzetta dello Sport, Brivio é um “possível sucessor” de Lin Jarvis na Yamaha, sendo que o italiano já foi team manager da Yamaha entre 2004 e 2010.
A mesma fonte acrescenta que a presença de Brivio “pode ser chave” para convencer a VR46 a tornar-se a equipa-satélite da Yamaha.
MOTOGP, CARMELO EZPELETA: “GOSTAVA DE SABER QUEM ESPALHA OS RUMORES DE VENDA”
Carmelo Ezpeleta foi questionado sobre a possibilidade de vender a Dorna, e, embora tenha confirmado que os rumores são verdadeiros, não sabe bem como é que estes estão a surgir.
“Confirmo os rumores de venda, mas gostava de saber quem os está a espalhar. Todos os dias, recebo duas ou três chamadas telefónicas de instituições a perguntarem-me se é verdade que estamos à venda. Mas os bancos não querem comprar, só se oferecem como intermediários da operação”, disse.
MOTOGP, LUCA MARINI: “OS NÚMEROS E AS ESTATÍSTICAS FALAM POR SI PRÓPRIOS”
Luca Marini vai competir pela Honda na próxima temporada de MotoGP, tendo saído da VR46. O italiano explica os motivos da mudança, acreditando que a Honda tem capacidade para sair rapidamente do momento que atravessa.
“Em primeiro lugar, é a melhor da história. Os números e as estatísticas falam por si próprios, agora estamos num momento particular, mas temos a capacidade de regressar muito em breve. Vou tentar dar todo o meu feedback e energia a este projeto e de certeza que vamos encontrar a direção correta, vamos ter força para ficar no topo muitos anos”, disse.
MOTOGP, AS MELHORES ULTRAPASSAGENS DO ANO PARA OS FÃS
Com a época de 2023 terminada, houve algumas ultrapassagens que ficaram na memória e que foram votadas pelos fãs como as melhores do ano (uma ultrapassagem por fim de semana, sendo que há um Grande Prémio que tem duas ultrapassagens votadas).
Começando pelo início, em Portimão, foi Marc Márquez que teve a ultrapassagem mais votada, quando passou para a frente de Miguel Oliveira e de Jack Miller na corrida sprint. Também no sprint, mas na Argentina, foi Álex Márquez, irmão de Marc, a receber mais votos pela sua ultrapassagem sobre Francesco Bagnaia. Outra manobra sobre Bagnaia numa corrida sprint, desta vez de Álex Rins nos Estados Unidos, valeu o maior número de votos nesse fim de semana, sendo que em Espanha a ultrapassagem escolhida foi a de Brad Binder sobre Jack Miller, também na corrida de sábado. Continuando na senda das corridas sprint, Marc Márquez voltou a ser o mais votado em França, quando ultrapassou Bagnaia, sendo que Jack Miller recebeu mais votos em Itália, com uma dupla ultrapassagem sobre Marc Márquez e Luca Marini, ambos os casos na corrida sprint, tal como a manobra de Jorge Martín sobre Miller e Bagnaia na Alemanha. A corrida sprint dos Países Baixos teve duas ultrapassagens mais votadas, começando pela de Maverick Viñales sobre Luca Marini, sendo também votada a manobra de Enea Bastianini sobre Johann Zarco e Jack Miller.
Passando para a segunda metade do ano, na corrida sprint da Grã-Bretanha, destacou-se Álex Márquez, passando para a frente de Martín e Marco Bezzecchi. Na corrida principal da Áustria, Marc Márquez recebeu os votos dos fãs depois da sua manobra sobre Jack Miller, com Aleix Espargaró a impressionar no domingo na Catalunha, quando ultrapassou Jorge Martín. Voltando uma última vez às corridas sprint, a dupla manobra de Brad Binder sobre Luca Marini e Aleix Espargaró em San Marino impressionou os fãs. Jorge Martín destacou-se nas corridas seguintes, com as ultrapassagens a Quartararo na Índia e a Bezzecchi no Japão. Quartararo também esteve em plano de destaque na Indonésia, quando surpreendeu Aleix Espargaró, com Bagnaia a receber votos pela ultrapassagem sobre Fabio Di Giannantonio na Austrália. Jorge Martín foi a ‘vítima’ das ultrapassagens seguintes, primeiro de Brad Binder na Tailândia e depois de Bagnaia na Malásia. A manobra de Fabio Di Giannantonio sobre Bagnaia no Qatar foi a preferida dos fãs nesse fim de semana, com Johann Zarco a ser o protagonista da última ultrapassagem, sobre Marc Márquez em Valência.
MOTOGP, CASA DE CASEY STONER NA AUSTRÁLIA DESTRUÍDA POR TORNADO
Um tornado na zona de Queensland, na Austrália, deixou bastantes estragos na zona onde vive Casey Stoner, antigo campeão do mundo de MotoGP. O australiano recorreu às redes sociais para dar conta do que aconteceu, deixando algumas críticas ao governo.
“Muitas pessoas a par das condições atmosféricas que tivemos entre o Natal e o Ano Novo. Primeiro, os ventos que destruíram muitas casas e quintas na nossa área, muitas coisas que as pessoas passaram uma vida inteira a construir. Agora, alguns dos que foram afetados pelos ventos também estão a ser afetados pelas piores cheias que esta região já viu. Não vimos ninguém do governo a oferecer ajuda às pessoas afetadas nesta área, passou mais de uma semana sem telefone e sem eletricidade. Peço desculpa por não responder a todos os que contactaram, apreciamos as mensagens”, escreveu.
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