Marc Márquez sente que Francesco Bagnaia cometeu um erro ao mergulhar em busca de uma vantagem na batalha final da corrida em Portimão, deixando os dois no solo e sem pontos.
Sobre o artigo
O incidente ocorreu momentos depois de Marc Márquez ter ultrapassado o piloto de fábrica da Ducati para o quinto lugar na curva fechada da curva 5, a três voltas do fim.
Quando o espanhol saiu ligeiramente da linha no ápice, Bagnaia retaliou mergulhando, um movimento que o italiano mais tarde insistiu não ter sido arriscado.
“Apenas um impacto no ombro, mas nada importante”, disse Marc Márquez que foi ao centro médico depois de voltar à pista para terminar em 16º.
“Claro que é impossível concordar, dois pilotos, uma hora depois do incidente! Mas quando fomos à Direção de Corrida, eu disse aos Comissários Desportivos, ‘é um incidente de corrida, no limite’.
Mas os Comissários Desportivos é que têm de decidir qual é o limite.”
“Para mim, foi um erro do Pecco, mas não foi só o incidente. Porque no final ele tentou mergulhar e bateu-me. Ok, foi demasiado otimista, mas o contacto pode acontecer.
Mas foi um erro porque estávamos a lutar pela 5ª ou 6ª posição. Mais dois pontos, menos dois que diferença fazia?”
“O Pecco estava a sofrer muito com os pneus, especialmente com o pneu traseiro.
Por isso, no final, quando faltam 3 voltas, sabemos que vamos perder a posição, por isso não é necessário voltar com aquele modo agressivo.
Mas ele decidiu assim. A consequência para a Ducati é zero pontos para nós dois.”
Apesar de ainda não ter falado com nenhum membro da equipa da Ducati, Marc Márquez estava confiante que os dados vão apoiar o seu caso:
“O bom é que eles têm a telemetria e podem ver exatamente o que aconteceu.” Concluiu o oito vezes campeão mundial.
O MotoGP volta à ação de 12 a 14 de abril no Circuito das Américas de Austin para o terceiro Grande Prémio da temporada de 2024.
Fotos Red Bull Content Pool
MOTOGP, PEDRO ACOSTA (3.º): “LUTA COM O PECCO FOI A QUE EU GOSTEI MAIS”
Pedro Acosta voltou a impressionar hoje numa corrida de MotoGP, tornando-se no terceiro piloto mais jovem de sempre a conquistar um pódio na classe principal.
O espanhol falou ainda sobre aquilo que aprendeu quando estava em luta com Pecco Bagnaia.
“Só tenho palavras boas para a equipa, não é fácil para uma pista nova com uma MotoGP sem experiência para nós. Eles trabalham muito, sempre que acordo tenho umas 20 mensagens, com muitas fotos para analisar e perceber onde melhorar.
Acho que temos a melhor equipa de testes do MotoGP, a marca está a aproximar-se passo a passo.
Vou falar da luta com o Pecco, foi aquela que eu gostei mais. Passei muitas voltas atrás dele, a perceber o que fazia com o corpo e o que fazia para não destruir os pneus, porque ele é um dos melhores aos domingos.
Consegui aprender, é mais difícil nos treinos e qualificações”, disse.
A equipa disse-me para ter calma, estava quatro segundos atrás do Viñales e foi questão de ter calma, vi que ele caiu e pensei que não podia fazer nada de mal, mas estava a sair largo em todo o lado.
Este é apenas o início, temos de ter os pés no chão e perceber que este foi um bom fim de semana, mas na América pode ser mais duro ou em Jerez.
Todas as corridas vão ser um ponto de interrogação para nós, há muitas pistas antes de chegar à Malásia.
É uma época longa, não podemos esperar nada, mas feliz pela forma como estão a melhorar a moto”, referiu.
MOTOGP, ENEA BASTIANINI (2º): “GANHAR? IMPOSSÍVEL, PORQUE O JORGE ESTEVE PERFEITO”
Após o seu excelente desempenho no sábado que o levou a conquistar a pole position, Enea Bastianini já tinha deixado de lado as más memórias do ano passado em Portugal – onde caiu no sprint e não participou na corrida principal nem nas rondas que se seguiram.
O sexto lugar no sprint viu o piloto da Ducati Lenovo aproveitar esse sucesso e não demorou muito para na corrida de domingo se tornar claro que um pódio era possível, terminando em segundo lugar atrás de Jorge Martin.
“Foi uma boa batalha. Nunca deixei de acreditar até ao final, mas o Jorge Martín deu o máximo e fez uma corrida perfeita, por isso tive de me contentar com o segundo lugar.
Este é um resultado especial para mim, pois Portimão não está entre as minhas pistas preferidas.
Certamente é um ótimo circuito, mas antes deste fim de semana eu nunca tinha conseguido ser muito forte aqui.
Nós três na frente fizemos alguns empurrões e puxões durante a corrida, mas no final a vitória foi uma tarefa impossível hoje. Ter o Maverick (Viñales) à minha frente complicou um pouco a minha vida, pois ele estava muito forte no quarto setor e nunca consegui chegar perto o suficiente dele no resto da volta.
As coisas poderiam ter sido mais fáceis se eu estivesse na frente dele, mas fiquei um pouco nervoso na primeira volta e cometi muitos erros.
Gostaria de agradecer à equipa e à minha família pelo apoio, porque não foi fácil regressar às primeiras posições depois de uma temporada de 2023 tão complicada.” Disse Enea Bastianini.
MOTOGP, PORTUGAL: 4 QUEDAS EM PORTIMÃO NÃO TIRAM O SONO A MARC MÁRQUEZ
O oito vezes campeão mundial e estreante na Ducati mostrou um típico “fim de semana à Marc Márquez”. Apesar de um total de quatro quedas, o espanhol tirou uma conclusão positiva da viagem ao Algarve.
Enquanto o campeão mundial Pecco Bagnaia arrumava as coisas no paddock de Portimão, visivelmente descontente, não muito longe Marc Márquez também falava do seu fim de semana e do incidente que levou à queda das duas estrelas do MotoGP. “Se eu tirar uma conclusão, é positiva. Porque foi particularmente importante para mim confirmarmos a nossa competividade aqui.”
Obviamente, a dupla queda com Pecco Bagnaia na penúltima volta do GP é o assunto do dia. Ainda que o piloto da Gresini não o diga abertamente, a mensagem é clara. Aos olhos de Márquez, teria sido mais inteligente o italiano não resistir à manobra. “O Pecco teve mais dificuldades, principalmente com o pneu traseiro. E agora a consequência é zero pontos para ambos.”
Curiosamente ou não, Márquez olha para as outras três quedas do fim de semana com absoluta tranquilidade.
“A primeira queda nos treinos aconteceu porque erramos um pouco na coordenação da electrónica, foi inofensivo. Foi parecido na qualificação, foi por falta de experiência. Com um pouco mais de quilómetros posso evitar isso. Também caí durante o warm-up de hoje. Na segunda volta tirei a bota do pedal e perdi o controle. Não é bom, mas nada que me preocupe.”
Marc Márquez também opinou sobre a prova do seu compatriota Pedro Acosta.
“Acima de tudo, é divertido ir atrás dele. Ele comporta-se como um estreante, trabalha muito duro com os pneus e as zebras e é realmente super rápido. Sem dúvida veremos mais pódios e vitórias dele este ano, talvez ele possa até competir pelo campeonato.”
O pódio de Marc Márquez na corrida de sprint de ontem, batendo Jorge Martin, certamente o estará a inspirar, no entanto, não se pode excluir que o lendário Marc Márquez regressará às suas infames manobras de corrida após o segundo Grande Prémio do ano. Veremos.
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