Você curte andar de moto? Já viajou em cima de duas rodas? Imagina passar 10 anos em cima da moto viajando!
Hoje você vai conhecer Emílio Scotto, o argentino dono do recorde de viagem mais longa de moto do mundo!
Viajar de moto é diferente
Viajar de moto não é como viajar de carro. O carro, além de também te levar para onde quiser, há mais espaço, dá para levar mais coisas (roupas, comida, água, utensílios, ferramentas).
A moto é apenas um veículo. Te leva a qualquer destino, mas você só pode levar o básico. Não cabe nada.
A moto, ao contrário do carro, não serve de abrigo numa situação de emergência. Não dá para dormir na moto.
Por tudo isso, uma longa viagem em cima de duas rodas é algo que surpreende, certamente uma aventura, aguça nossa curiosidade.
O aventureiro
Emilio Scotto é um fotojornalista argentino, que ficou conhecido por sua viagem de moto que durou 10 anos. Depois da viagem, decidiu escrever sua aventura, que resultou em dois livros: America del Sur Ruta Azul 1 e De la Tierra a la Luna en Motocicleta 2, ainda sem tradução em português.
A motocicleta
Scotto percorreu 735 mil quilômetros em cima de uma Honda Gold Wing GL 1100.
A linha Gold Wing, há décadas, sempre traz o máximo de tecnologia e conforto em duas rodas da empresa japonesa.
Com 80 cv de potência máxima e exatos 999 cc, a Gold Wing é capaz de acelerar de 0 a 160 km/h em cerca de 13 segundos e alcançar mais de 190 km/h de velocidade final.
Mais importante, pode manter médias de velocidade elevadas em viagem sem sacrificar o conforto de piloto e passageiro, mesmo carregando bagagem.
Emilio Scotto conta que a Gold Wing foi sua primeira moto. “Uma moto preta, com carenagem, rádio, antena e alforjes nas laterais. Perto dela, uma placa dizia: ‘Sobre duas rodas, o mundo é seu’ e aquilo virou meu lema. Eu sabia que aquela moto era a moto certa”.
(sugiro colocar uma foto de Scotto na moto)
A aventura
Em 1985, Emilio Scotto fez aquilo que muitos já sonharam em fazer: largou tudo e saiu pelo mundo.
Em entrevista ao periódico equatoriano El Comercio, Emílio conta que, aos 29 anos, pediu demissão e partiu sem roteiro, sem dinheiro e sem data para voltar. Levou apenas suas roupas, sua moto e o equivalente a US $300 no bolso. “Não foi uma decisão difícil porque não deixei nada para trás pensando em voltar, deixei para sempre. Decidi deixar o caminho que estava trilhando na vida, dar um salto no ar e cair em outro caminho, desconhecido, que não sabia onde iria me levar. Mas sabia que nunca mais seria a mesma pessoa.”
Foram 10 anos, 735 mil quilômetros, 214 países, incontáveis aventuras e situações inusitadas. Foi assaltado no Brasil, quase morreu de malária na África, quase foi capturado por piratas, casou-se na Ásia.
Contou com o auxílio da população para conseguir alimento e abrigo de 1985 a 1992, quando já estava chamando muita atenção da mídia, e empresas como Pepsi, Agip e a fabricante de pneus Metzeler passaram a patrocinar sua volta ao mundo.
Em 1995, entrou novamente em solo argentino 735.000 km percorridos de moto sem voltar ao país de origem – era esta a definição oficial do recorde para a Guinness World Records. Duas voltas ao mundo, ou quase uma viagem de ida e volta para a Lua. A marca ainda não foi superada.
A aventura de Emilio Scotto é um dos exemplos mais contundentes de força, tenacidade e vontade na busca de um objetivo que parecia impossível.