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Teste BMW R1250R – Diamante em Bruto

Um dos modelos mais emblemáticos da BMW Motorrad, a Roadster R1250R é uma estradista que se destaca pelo seu comportamento dinâmico e pelo prazer de condução que proporciona em qualquer tipo de utilização.

Apesar do seu aspecto discreto, esta roadster que combina elegância refinada e dinamismo no seu design, tem uma assinatura estética tipicamente germânica, de linhas fluidas que de forma discreta expressam simultaneamente força e caráter e lhe proporcionam uma presença que indiscutivelmente evoca a tradição da marca.

Por falar em tradição, a R1250R é uma das várias reencarnações da mítica R32, a primeira moto da BMW, lançada em 1923, que com o seu motor boxer de dois cilindros opostos e uma cilindrada de 494 cc, oferecia uma então considerável potência de 8,5 cv e uma respeitável velocidade máxima de 95 km/h.

A tecnologia foi rapidamente evoluindo e, em 1994, a versão Roadster da marca bávara sofreu um notável avanço tecnológico com o modelo R 1100 R, à época uma moto moderna mas igualmente equipada com um motor boxer de dois cilindros opostos que, com uma cilindrada de 1085 cc, oferecia uma potência de 80 cv e uma velocidade máxima superior a 200 km/h.

Dois dos grandes argumentos tecnológicos da R 1100 R eram o inovador sistema Telelever utilizado na suspensão dianteira e o exclusivo sistema Paralever na suspensão traseira.

O sistema Telelever tinha sido apresentado ao mundo pouco antes, na irmã R 1100 RS, lançada em 1993. Ao contrário da mais comum forquilha telescópica, este sistema consiste num braço oscilante triangular que liga a coluna de direção ao eixo da roda dianteira, com apenas um amortecedor central que liga o braço oscilante ao quadro da moto.

O sistema Telelever permitia separar as funções de direção e amortecimento, reduzindo substancialmente o afundamento da suspensão durante a travagem, melhorando significativamente a estabilidade e o conforto da moto, sobretudo numa condução com passageiro.

A BMW manteve os seus modelos Roadster equipados com Telelever até ao final da produção da R1200R, em 2015, tendo-o substituído na versão de 2015 por uma forquilha telescópica convencional.

E se nos dias de hoje o sistema Telelever apenas equipa os modelos GS e RT, o sistema Paralever, que foi apresentado na R 80 GS lançada em 1987, que combina a transmissão por cardã com um braço oscilante, ainda hoje é utilizado na maioria dos modelos da marca.

A BMW Motorrad R1250R posiciona-se como uma exclusiva roadster desportiva e elegante, equipada com um altamente avançado motor boxer de dois cilindros a quatro tempos, arrefecido por ar e líquido, que oferece uma potência de 136 cv e um assinalável binário de 143 Nm.

Além do carismático e potente motor, a R1250R conta com tecnologia que a torna uma moto versátil e extremamente divertida de conduzir em qualquer tipo de utilização.
É o caso das ajudas eletrónicas à condução.

A R1250R dispõe de vários sistemas que aumentam a segurança e o conforto do condutor, tais como o ABS Pro, para uma travagem segura com a moto em ângulo, o Controlo Dinâmico de Tração (DTC), para evitar a perda de aderência da roda traseira, os Modos de Condução Pro, que permitem ajustar a resposta do motor e da suspensão às condições da estrada e do estilo de condução, o Assistente de Mudança de Velocidades Pro, vulgo quickshifter, que facilita as mudanças de relação de caixa sem recurso à embraiagem, o Controlo Dinâmico da Inércia do Motor (MSR) que evita o bloqueio e mitiga o saltitar da roda traseira sob forte desaceleração, e o Controlo da Velocidade de Cruzeiro, para manter uma velocidade constante sem esforço.

Como já tinha referido, a R1250R está equipada com uma suspensão dianteira telescópica, com bainhas de 45 mm de diâmetro e uma suspensão traseira equipada com monobraço oscilante em alumínio fundido que faz parte do sistema Paralever, apoiado por um amortecedor central que é ajustável hidraulicamente na pré-carga da mola e na resposta da extensão, que permite encontrar a afinação ideal para qualquer tipo de utilização. 

Um curso de 140 mm em ambos os eixos garante uma experiência confortável mesmo nas estradas com piso mais degradados. A suspensão é ainda assistida pelo sistema Dynamic ESA (Ajuste Eletrónico da Suspensão), que adapta automaticamente a suspensão às condições de piso, carga e condução.

Como uma boa Roadster, pronta para desfrutar qualquer estrada de curvas, a travagem da R1250R é composta por dois discos dianteiros flutuantes com 320 mm de diâmetro, mordidos por pinças radiais de quatro êmbolos assinados pela Brembo, e um disco traseiro simples com 276 mm de diâmetro, mordido por uma pinça flutuante Brembo de dois êmbolos. 

O sistema conta ainda com o ABS Pro (Anti-lock Braking System) que evita o bloqueio das rodas em situações de travagem de emergência ou em curvas, e o DBC (Controlo Dinâmico da Travagem) que optimiza a distribuição da pressão da travagem para evitar a descolagem da roda traseira do asfalto.

O sistema também corta o input dado pelo acelerador, deixando a eletrónica calcular automaticamente a aceleração necessária para manter o efeito travão-motor, mas sem que o binário negativo faça a roda bloquear. 

Este sistema tem ainda a vantagem de proteger contra eventuais e não intencionais acelerações que possam ocorrer durante a travagem (razão pela qual a travagem deve ser feita apertando a manete com todos os dedos, para evitar que o acelerador fique preso nos restantes, em aceleração, quando se aperta a manete, numa travagem de emergência, com apenas um ou dois dedos).

Em termos de ergonomia e conforto, a R1250R oferece uma posição de condução natural e relaxada, graças ao guiador largo e alto, ao assento confortável e baixo (820 mm) e aos poisa-pés bem posicionados. A ergonomia pode ser ainda personalizada com diferentes opções de assento (de 760 mm a 840 mm).

Para maior conforto em viagens longas ou por climas frios, a R1250R pode ser equipada com diversos “packs” de acessórios que incluem controlo da pressão dos pneus (TPC), tomada USB, tomada de 12 V e pré-instalação para um aparelho de navegação dedicado.

O painel TFT tem conectividade com o smartphone que permite aceder remota e facilmente às informações da moto e ao sistema multimédia e inclui, além de interface de comunicações, sistema de navegação curva-a-curva.

O farol dianteiro, em LED, inclui iluminação adaptativa em curva, que contribui para uma excelente visão da estrada, por mais escura e retorcida que esta se apresente.
E podia escrever mais uns bons parágrafos para ilustrar o nível tecnológico encerrado nesta moto e justificar o que vou dizer de seguida.

A BMW R1250R foi uma das motos que mais prazer me deu conduzir nos últimos tempos. Apesar de me ter dado uma enorme trabalheira limpar o equipamento que usei ao longo de quase 800 quilómetros aos seus comandos, dada a sua praticamente inexistente proteção aerodinâmica, dei por bem empregue o tempo que gastei a tirar mosquitos, moscardos e quejandos, do casaco, das luvas, do capacete e das calças, enquanto recordava a suavidade e precisão da resposta ao acelerador, a impressionante entrega de binário, a boa capacidade de aceleração, o excelente comportamento em curva, a avassaladora capacidade de travagem e o conforto que a suspensão e a ergonomia proporcionam.

Salvaram-se as botas da mosquitada, graças às salientes cabeças dos cilindros que, graças à sua localização, proporcionam ao conjunto um centro de gravidade muito baixo que lhe proporciona uma grande agilidade, escamoteando admiravelmente os 239 quilogramas de peso em ordem de marcha e com o depósito praticamente cheio.

Para este acréscimo de agilidade, relativamente ao modelo que tinha anteriormente conduzido (a versão 1200 que foi descontinuada em 2015) também conta bastante o facto de a BMW ter prescindido do seu tradicional Telelever e usado uma forquilha convencional, factor que contribuiu para uma maior centralização de massas que também lhe proporciona um exemplar comportamento em curva e uma mais rápida mudança de direção.

A ponteira de escape emite a nota grave, típica destes motores boxer, cuja rápida subida de rotação facilmente se torna viciante, contribuindo para um desnecessário consumo de combustível, considerando que o binário disponível permite uma enorme preguiça com a caixa de velocidades.

Tenho ainda que destacar o desempenho da caixa de velocidades, precisa, bem escalonada e suave no accionamento, perfeitamente ao nível do quickshifter integral que ajuda o som da ponteira de escape a tronar-se ainda mais irresistível.

A ergonomia é perfeita para se poder usufruir da grande autonomia proporcionada pelo depósito de 18 litros e pelos baixos consumos que pude registar. Não os 4,75 l/100km referidos na ficha técnica oficial, mas que em ritmo de passeio, por estradas nacionais e sem usar o modo ECO que a eletrónica disponibiliza, se fica um pouco abaixo dos 6l/100km, mesmo que pelo meio se cometam alguns desvarios pelo prazer de explorar a ciclística numa qualquer estrada de curvas.

Por um preço 3.000 euros mais baixo que o da RnineT mais barata e com muito mais tecnologia, performance e conforto, a R1250R é um diamante em bruto que proporciona momentos de condução brilhantes!

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fonte:https://www.andardemoto.com.br/test-drives/66076-teste-bmw-r1250r-diamante-em-bruto/

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